segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Um clipe sem nexo,


Ás vezes dá uma vontade louca de se entregar a bossa nova.
Mas largar o Rock´n´Roll?
Ah, seria pretensão demais. Seria como trocar a liberdade do corpo pelo aprisionamento do coração.
Ou como esquecer o nascer do sol, com reflexos de fumaça e distorções da noite anterior.
Como se jogar tudo isso no lixo fosse fácil, e como se o por do sol no arpoador fosse tão simples de se fascinar.
Mas não é.
Talvez a vida fosse mais simples, talvez o mar ficasse mais azul, quem sabe o céu com mais estrelas?
Poderia, um dia, rir só por rir. Chorar só por chorar. E viver só por viver.
Mas não dá.


O problema todo é que não se deve brincar com o Rock´n´Roll.
Uma vez amante do Rock, sempre condenado a trair.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

eu e meu alter ego hedonista



O que você faria para ter uma vida devotada de prazer?
Melhor, o que realmente lhe dá prazer?
E em que intensidade você gostaria de tê-lo?
Já transformou prazer em obsessão?
Já confundiu prazer com paixão?
Não resistiu?
Não se rendeu?
Você o criou?
Ou ele já te dominou?
Bom por ser mau?
Mau demais pra ser bom?
Objetivo com afirmação?
Algo que fascina, deslumbra?
Que cega, instiga e derruba?
E quando acaba?
E se não acabar?
Você se julga capaz de julgar?

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

a gente vai ficando por aqui, - when the show begins


Hoje eu vim aqui falar da audácia dos músicos de fim de show.

Geralmente com um discurso parecido em todas as cidades, de vez em quando alterados por consumo excessivo do alcool ou abusivo das drogas, somos obrigados a nos despedir de nossos ídolos com uma canção pela qual somos apaixonados e que só poderemos reescutá-la em sua essência e versão original daqui a um, dois, cinco ou até quem sabe, doze meses.

Bando de sádicos.

E para eles, mais um show, menos um show, mais uma emoção, menos uma emoção. Os gritos na plateia, e uma sensação que pode misturar euforia, tristeza, alienação.

Já tive oportunidade de encerrar alguns shows, tenho que admitir que o "desespero" (uso aspas pois ainda não tive a oportunidade de conhecer o real desespero) da plateia pedindo bis é realmente prazeroso.

Mas encerrando um show, ou vendo um show ser encerrado, eu particularmente sinto uma sensação única de ansiedade e animação que se mistura a imagem de uma outra porta se abrindo.


Então eu posso finalmente empurra-la e ter a total certeza que só agora, o espetáculo está realmente começando.

domingo, 21 de setembro de 2008

(não encare como romantismo)

E se eu pudesse te levar para qualquer lugar?
Falo "te" levar, como se fosse para todos e isso me inclui, na verdade acredito que tenha algo, que sejam muitos "alguéns", que sejam muitos "ninguéns".
Alguéns e ninguéns de todos os lugares e de lugar nenhum.



Acho que a inspiração está de mal comigo. Mas e se eu deixar o subconsciente falar?

eu penso em algo, penso se quero, penso o que quero, penso se tenho, se quero querer. se posso saber, se consigo olhar o medo de frente, depois rir, chorar, zombar.
se consigo trocar de pedra pra algo, se consigo ser e tornar. como se o tornar me impedisse de ser. como se o nexo não fosse mais necessário, como se não precisasse mais de muita coisa pra entrar na música, pois se percebe que é a música.
que é tudo de bom, de mal, de conceito, de sono, de criação. do desejo e do desconhecido. do surreal e do proibido.

da mente, das ideias, dos fatos, da inspiração, da vontade de verdade
ou quem sabe,
da realidade?

longo como uma nota, efémero como uma canção.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Força aê, Noel!


Tudo bem que críticas não faltam no que se diz a respeito ao Oasis.

Podem dizer que eles são metidos, tentam imitar os Beatles ou até que se se acham melhores , como um dos irmãos Gallagher já disse.

Acontece que eu tenho uma enorme simpatia pela banda e mais ainda pelas músicas que me transmitem uma emoção que poucas bandas conseguem.

Por isso que hoje quando entrei no computador e vi uma notícia dizendo que um fã tinha agredido Noel, o guitarrista, no meio do show, fui correndo ver o vídeo e realmente estava lá.

No meio de um show em Toronto um senhor desocupado e sem educação resolveu invadir o palco com o único e principal objetivo de aparecer.

Ora, no mundo em que vivemos o que não falta são pessoas querendo se mostrar a todo custo. Mas isso não foi e nunca será um problema, pelo menos no meu ponto de vista. O problema não é se mostrar para o mundo e sim, o que você tem a mostrar.

Subir no palco do Oasis não deve ser lá uma coisa muito fácil, e quando finalmente alguém consegue, o que faz?

Empurra o pobre Noel, que caiu em cima de sua guitarra e mesmo conseguindo terminar o show, teve que ser mandado ao hospital. Eu como humilde musicista e integrante de banda sei como é difícil e glorificante chegar onde eles chegaram, mesmo com toda arrogância.

Por isso que eu digo, se um dia você conseguir ser desocupado o suficiente para subir no palco de uma banda famosa, aproveite para transmitir uma mensagem de paz, cantar com a banda um trecho de sua música preferida, passar para o mundo sua filosofia de vida ou quem sabe, até dar um abraço efémero e acolhedor em seu ídolo.

Mas por favor, em hipótese nenhuma empurre os coitadinhos no chão, cair em cima de um instrumento dói, machuca e pode causar sérios danos.


Falo isso porque toco baixo, e pra quem não sabe, é um instrumento bem grande e pesado. Então da próxima que eu for fazer um show, ou contrato uma bela equipe de segurança, ou vou alertando desde já os meus futuros e compreensivos fãs.

Prometo que se vocês se comportarem direitinho durante o show, no final jogo palhetinhas e baquetinhas pra todo mundo.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Em tom de sépia



Acho que vou falar diretamente, sem metáforas, projetos, ilusões.
Não sei onde aprendi, se foi com a vida ou com os livros de auto-ajuda. Seja lá como for, devo agradecer a ambos por me fazerem perceber o quanto é bom correr atrás do que você quer. Não falo só de sonhos, ou da realização em si, mas da maneira perfeita de como tudo é projetado, como se a vida abusasse de temperos que podemos classificar como medo, euforia, desejo. Perdas, conquistas, sonhos, diversão.
Por que tantas pessoas fracassam e por que tantas pessoas vivem em harmonia com sua vida e seus desejos?
Na verdade, a felicidade é inalcançavel, pois felicidade é algo que nos soa continuo, e pelo que me parece, neste plano material e espiritual é impossível alcançar a perfeição.
Sabe por que? Porque estamos aqui para aprender, e na minha opinião, só aprende quem corre atrás dos seus sonhos, arrisca, deseja, pensa alto, sofre, cai, erra, aprende e levanta.

Caso contrário, eu diria que você ainda não passou do maternal escolar da vida.