segunda-feira, 30 de novembro de 2009

onde se esconde?

E foi-se a época em que dormir servia só para acordar no dia seguinte, feito isso ia-se a escola para praticar pintura a dedo, conhecer novas histórias e abdicar de outro enredo.
Hoje percebo que a velha caneta não é velha pelo tempo, mas pela imagem que o tempo destruiu. A caneta era de cores diferentes, desenhava caras, escrevia frases e desconhecia mágoas. Hoje escrevo sobre angustia, meus personagens correm o mundo livremente, eles sim me agradecem dia a dia! São reflexos do que eu já fui um dia.
Meu cavalinho de pau some da minha frente e sem tempo de brincar viro gente triste no corpo de grande gente. E sem tempo, mais nem menos somos um dia responsáveis.
Viramos o copo, acostumando a trocar as dúvidas pelo álcool. E tudo entra de maneira tão sutil!
Nem uma festa de despedida é concedida! Como se viajar fosse mais longe de que nunca mais voltar.
E aí viramos todos adultos repletos de infantilidade que cobram diariamente do mundo, ideias e maturidade. Mas ninguém pode mais chorar, onde estão meus pais? Os pais que cuidaram de mim agora pagam minhas dívidas e me ensinam a ganhar a vida.
Essa vida que já fora concedida, e hoje foge, vai fugindo na medida, para o retrato que jamais vai me deixar.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

(texto não dedicado a seres humanos, que fique bem claro.)

Não se mova, não se mova, fique onde está!
Pois nem em perplexo segundo, pensaria em os abandonar;
o céu poderia clarejar, no mundo só no meu mundo vocês vão restar!
Lhes dou vida própria como assim a vida me fez, e só os sentidos
cabem na folha, como loucos reconhecem a loucura! Eu sou a loucura que os
mantém. Mantém a fraqueza, construa a imagem! Imagem só minha, só eu
os conheço! Não fujam, não sigam, ou desapareço! Vocês vão comigo,
sou inferno, sou abrigo! Sou o sol dos seus dias, o incesto calmante
o amor permanente,

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

~ ~ ~~~

É que agora, esse tempo tão fiel
me deu conselhos e permite então,
uma prosa, conto ou poesia de nossa invisível relação!

Ah, mas poderia deixar o cinismo de lado
me entregaria ao eterno romantismo
e por uma vez somente, deixaria de rir de mim mesma, eternamente!

Só as palavras libertam minhas lágrimas,
em forma de letras tão juntas, como agora gostaria de estar!
Excluo num choque fatal, todos os vilões que assombram o meu mundo,
mesmo sabendo que não são tão maus, quando as vontades que me consomem livremente.

Quem, quem, quem precisa de rimas?
Vou, vou, vou e penso, onde estou?
Livre , não sei se sou!
Onde, para onde o sentido voou?

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Oh, que tristeza! (um poema sem beleza)

E se ao acaso me dissesse assim, sem nada em mente
me conquistaria, irreparavelmete seu sorriso
que não é nada
além daquilo que sou!
Mas seria você uma poesia inacabada
ou quem sabe uma daquelas histórias, que falam, falam e não dizem nada?
Quem sabe seria um verso? Daqueles efémeros e sem tempo de amar
Ou um conto que faz de conta não ter gosto de contar.

Veja o que faz! Nem beleza, nem medidas, não há mais!
Irresistivelmente, uma história noturna que invade os bordéis sentimentais,
a ética não me permite dizer o que queria que fosse, mas invado a moral individualista
e veja só! Novamente, uma canção masoquista!

Oh, mas essa história há de cansar... E canso, pois me canso
e te canso pra contar! Mas soou,
o sinal de meio dia. Vou assim, me despeço na medida
de quem ama sem gritar.