quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

que seja melhor ainda!

Eis a contradição que ano a ano se repete! Falar do ano que passou ou programar de maneira sutilmente clichê o ano que virá?
Ora, não vamos nos estender que de tanto pensar o ano passa e quando vai se ver, o ano que deveria ser o novo passa a ser aquele que estamos levemente comemorando. E que seja, a política novamente nos surpreendeu com aquelas surpresas que a gente sempre espera, o amor de tão simpático nos visita e a inspiração foi feliz em seu refrão!
Não serei capaz de negar o que desejo; Que a fome seja lembrança mais cruel, da política quero só revolução, livros com palavras mais bonitas, ó amor que visita! dá minha vista só paixão!
Menos regras ortográficas, menos calorias e mais movimento, menos rimas tão comuns e tão manjadas, o pensamento ( esse vira criação)! Ei, sucesso, vem comigo e com todos que estendem suas mãos, dias frios, noites quentes, chuva só se for a dois!
Que seja feliz aquilo que nasce e que a beleza acompanhe nossos gostos!
Feliz ano novo, senhoras e senhores!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

"Sim, ás vezes o pensamento mais louco, o mais impossível na aparência, implanta-se com tal força em nossa mente que acabamos acreditando em sua realidade... Mais ainda: se essa ideia está ligada a um desejo forte, apaixonado, acabamos acolhendo-a como algo fatal, necessário, predestinado, como algo que não pode deixar de ser nem de acontecer!"

Dostoievski; O jogador

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Retrato instantâneo de uma mágoa desconhecida

Era mais bonita quando jovem, não que o tempo tenha influenciado muito em sua juventude, mas antigamente dançava mais perto do vento e usava menos maquiagem. Sua postura cresceu a tal ponto que hoje a vejo séria, e séria seria a ultima palavra a ser pensada por quem convivia tão perto. Seus gritos não são mais de amor, são gritos rápidos de quem dorme junto ao tempo e um dia sem saber que levantou da cama, voa sem rumo em direção ao inenarrável.
Ora, por que me esforço, por que não me calo? Diria ela incansavelmente que não gostaria de ser descrita dessa maneira tão fria, e por vez ou outra ainda teria a ousadia de insultar minhas palavras! Mas eu as defenderia. Como não?
A culpa seria minha de as ter usado de maneira tão vulgar.
Porém peço perdão e me ajoelharia frente a imagem insistente da razão, para conseguir as desculpas mais sinceras que o tempo já recusou.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O rosa das palavras encomoda?

Ah, como gostaria de numa só voz gritar o som que me sufoca, não haveria nada!
Numa escuridão de explosões inconstantes o meu barulho seria incerto, bem mais do que palavras harmoniosas, criaria um universo de contradições!
Sou raiva, sou perdão! A esperança me traiu e o que fazer então?
Me renderei a loucura e está feito! Qual a graça da alienação solitária? A loucura não é nada menos do que a vida cruel aliada a genialidade de um traidor!
Ficarei em silêncio. Será esse o meu carma? óh, mas as palavras me vencem! E o castigo, será que há?
Pois não me importo! Serei solidária com os versos.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Maneira mundo de enxergar o triste

Vencer a resistência que a areia trazia era tão lúcido quanto um sonho infantil, por mais que a imagem não fosse imagem e os sentidos não fossem claros, percebia com uma certeza qualquer que faltava um detalhe de beleza.
O ar sumia e meus órgãos respondiam de maneira rápida a uma velocidade que nunca hei de alcançar. Jamais julguei como falta de perseverança, e repito, jamais! Correria ao inimaginável para prosperar meus devaneios, e não os julgo, apenas creio.
E é com tristeza, apenas a parte bela da tristeza, que anunciaria uma derrota. De que adiantaria apelar a uma tragédia qualquer, se nossas derrotas, mesmo quando partem nosso mundo ao meio, são apenas reflexos da base sentimental a olhos alheios.
Cantaria também, um canto longo e melancólico, certa de que o que representaria perfeitamente meu estado seria o canto englobado no tempo grande. Sim, e todos sabemos que o instante passa efémero e tudo que transcende esse espaço de tempo ainda não identificado é apenas uma visão pessimista do que seriam as nossas vidas.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Canto de espiritualidade

Quando dei por mim estava lá, deparei-me com minha imagem em um campo extenso e ofuscado pelo brilho da noite. As pessoas agiam de forma natural com seus rostos conhecidos e pareciam desconhecer umas as outras da maneira mais comum que alguém poderia atuar.
O rito era mais sagrado do que uniforme, representantes dançavam em círculos, seus idiomas sucumbiam em uma união concreta e expontanea. Tudo sucedia conforme o esperado, apenas eu não sabia o que esperar. Pensei uma ou duas vezes em questionar quem me convidara e a resposta fora um tanto nula e confusa.
A negra do candomblé era a que mais me impressionava, talvez Xangô trazia o grito da fogueira. Compenetrados, subiram tanto que alcançaram minha mente e traduziram o canto que completava os meus sonhos.
E toquem os tambores!