terça-feira, 31 de agosto de 2010

Companhia.


Minha angustia nasce a alguns instantes do pôr do sol
Talvez essa tonalidade que só os artistas retratariam com beleza,
me faça perceber que não aproveitei o dia como deveria
e que meus artifícios para fazer da noite algo ideal,
são altamente escassos.
Poderia dizer que só a arte e o blues me afastam da solidão.
Estaria mentindo.
Só a arte e o blues fazem a solidão ser extremamente prezerosa.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010


Explodo e a evidência diz que não há estranhamento quando as palavras resolvem me conter. Se não as fossem, sentiria mais frio do que sinto por estar entregue a solidão. Nessa enfermidade interminável, procuro um consolo. Detesto o calor do dia a dia, o frio é necessário para a aproximação. E mesmo nesta insistência, numa suplica silenciosa continuo com frio. Coloco mil e uma cobertas e despenco na noite gélida. Acordo querendo estar sozinha. Querendo acordar sozinha. Estando sozinha e querendo acordar. Acordando pra deixar de querer.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Até onde?



A partir de agora, percebo que criticar virou "sacanagem". Vindo de um grupo de liderança que se apoia em suas raízes sindicais, a última coisa sacana que deveria existir é o direito de protestar. Infelizmente é assim que o nosso querido e eleito governador Sérgio Cabral se refere a um garoto que com devida coragem e controle ousa falar diretamente o que lhe aflige.

Mas de que importa a população de baixa renda não poder usar uma piscina se é o Brasil que vai sediar as olimpíadas? E sem dúvidas vários estádios vão tomar conta dos jornais e o mundo vai elogiar um país que cresce.
É repugnante observar a ilusão e a cegueira que move a indústria das necessidades. Foi-se o tempo em que o comum era esconder o álibi da covardia, hoje tão exposto é o descaso quanto representada é a sujeira.
Que este vídeo seja um fator decisivo como representação do que acontece hoje em nosso país. Até que ponto a democracia vai nos configurar? De que adianta tanta liberdade se o forte vento já quebrou nossas próprias asas?
Eu até pediria pro Brasil mostrar a cara, mas acredito que com tanta sujeira vai ser difícil alguém abrir os olhos.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Salvo agora

Recordo-me do que recordarei com fadiga, coisa tão amarga, coisa tão antiga. E se vivi, fiz passo a passo um filme de amor. Amores esses que vivo em mente, tão tristes, tão quentes.
Nesse desespero que me move, transformo dor em calmante. O que me acalma é o som do balanço do meu corpo.
Tanto barulho me enlouquece, quero o egoísmo sempre a dois. Meu corpo amargo pede uma melodia alegre e nesse contraste,vou me destruindo frente ao silêncio.
Onde está minha voz? Onde estão meus gritos? Enlouqueço, implosiva sinto a explosão das emoções que me rodeiam.
Ah, estes passos, tiroteios de alucinações. Sempre revestidos, nunca ensaiados. São meus traços, minhas publicações.