Minha angustia nasce a alguns instantes do pôr do sol Talvez essa tonalidade que só os artistas retratariam com beleza, me faça perceber que não aproveitei o dia como deveria e que meus artifícios para fazer da noite algo ideal, são altamente escassos. Poderia dizer que só a arte e o blues me afastam da solidão. Estaria mentindo. Só a arte e o blues fazem a solidão ser extremamente prezerosa.
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Explodo e a evidência diz que não há estranhamento quando as palavras resolvem me conter.Se não as fossem, sentiria mais frio do que sinto por estar entregue a solidão.Nessa enfermidade interminável, procuro um consolo.Detesto o calor do dia a dia, o frio é necessário para a aproximação.E mesmo nesta insistência, numa suplica silenciosacontinuo com frio.Coloco mil e uma cobertas e despenco na noite gélida.Acordo querendo estar sozinha.Querendo acordar sozinha.Estando sozinha e querendo acordar.Acordando pra deixar de querer.
A partir de agora, percebo que criticar virou "sacanagem". Vindo de um grupo de liderança que se apoia em suas raízes sindicais, a última coisa sacana que deveria existir é o direito de protestar. Infelizmente é assim que o nosso querido e eleito governador Sérgio Cabral se refere a um garoto que com devida coragem e controle ousa falar diretamente o que lhe aflige. Mas de que importa a população de baixa renda não poder usar uma piscina se é o Brasil que vai sediar as olimpíadas? E sem dúvidas vários estádios vão tomar conta dos jornais e o mundo vai elogiar um país que cresce. É repugnante observar a ilusão e a cegueira que move a indústria das necessidades. Foi-se o tempo em que o comum era esconder o álibi da covardia, hoje tão exposto é o descaso quanto representada é a sujeira. Que este vídeo seja um fator decisivo como representação do que acontece hoje em nosso país. Até que ponto a democracia vai nos configurar? De que adianta tanta liberdade se o forte vento já quebrou nossas próprias asas? Eu até pediria pro Brasil mostrar a cara, mas acredito que com tanta sujeira vai ser difícil alguém abrir os olhos.
Recordo-me do que recordarei com fadiga, coisa tão amarga, coisa tão antiga. E se vivi, fiz passo a passo um filme de amor. Amores esses que vivo em mente, tão tristes, tão quentes. Nesse desespero que me move, transformo dor em calmante. O que me acalma é o som do balanço do meu corpo. Tanto barulho me enlouquece, quero o egoísmo sempre a dois. Meu corpo amargo pede uma melodia alegre e nesse contraste,vou me destruindo frente ao silêncio. Onde está minha voz? Onde estão meus gritos? Enlouqueço, implosiva sinto a explosão das emoções que me rodeiam. Ah, estes passos, tiroteios de alucinações. Sempre revestidos, nunca ensaiados. São meus traços, minhas publicações.