quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

que seja melhor ainda!

Eis a contradição que ano a ano se repete! Falar do ano que passou ou programar de maneira sutilmente clichê o ano que virá?
Ora, não vamos nos estender que de tanto pensar o ano passa e quando vai se ver, o ano que deveria ser o novo passa a ser aquele que estamos levemente comemorando. E que seja, a política novamente nos surpreendeu com aquelas surpresas que a gente sempre espera, o amor de tão simpático nos visita e a inspiração foi feliz em seu refrão!
Não serei capaz de negar o que desejo; Que a fome seja lembrança mais cruel, da política quero só revolução, livros com palavras mais bonitas, ó amor que visita! dá minha vista só paixão!
Menos regras ortográficas, menos calorias e mais movimento, menos rimas tão comuns e tão manjadas, o pensamento ( esse vira criação)! Ei, sucesso, vem comigo e com todos que estendem suas mãos, dias frios, noites quentes, chuva só se for a dois!
Que seja feliz aquilo que nasce e que a beleza acompanhe nossos gostos!
Feliz ano novo, senhoras e senhores!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

"Sim, ás vezes o pensamento mais louco, o mais impossível na aparência, implanta-se com tal força em nossa mente que acabamos acreditando em sua realidade... Mais ainda: se essa ideia está ligada a um desejo forte, apaixonado, acabamos acolhendo-a como algo fatal, necessário, predestinado, como algo que não pode deixar de ser nem de acontecer!"

Dostoievski; O jogador

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Retrato instantâneo de uma mágoa desconhecida

Era mais bonita quando jovem, não que o tempo tenha influenciado muito em sua juventude, mas antigamente dançava mais perto do vento e usava menos maquiagem. Sua postura cresceu a tal ponto que hoje a vejo séria, e séria seria a ultima palavra a ser pensada por quem convivia tão perto. Seus gritos não são mais de amor, são gritos rápidos de quem dorme junto ao tempo e um dia sem saber que levantou da cama, voa sem rumo em direção ao inenarrável.
Ora, por que me esforço, por que não me calo? Diria ela incansavelmente que não gostaria de ser descrita dessa maneira tão fria, e por vez ou outra ainda teria a ousadia de insultar minhas palavras! Mas eu as defenderia. Como não?
A culpa seria minha de as ter usado de maneira tão vulgar.
Porém peço perdão e me ajoelharia frente a imagem insistente da razão, para conseguir as desculpas mais sinceras que o tempo já recusou.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O rosa das palavras encomoda?

Ah, como gostaria de numa só voz gritar o som que me sufoca, não haveria nada!
Numa escuridão de explosões inconstantes o meu barulho seria incerto, bem mais do que palavras harmoniosas, criaria um universo de contradições!
Sou raiva, sou perdão! A esperança me traiu e o que fazer então?
Me renderei a loucura e está feito! Qual a graça da alienação solitária? A loucura não é nada menos do que a vida cruel aliada a genialidade de um traidor!
Ficarei em silêncio. Será esse o meu carma? óh, mas as palavras me vencem! E o castigo, será que há?
Pois não me importo! Serei solidária com os versos.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Maneira mundo de enxergar o triste

Vencer a resistência que a areia trazia era tão lúcido quanto um sonho infantil, por mais que a imagem não fosse imagem e os sentidos não fossem claros, percebia com uma certeza qualquer que faltava um detalhe de beleza.
O ar sumia e meus órgãos respondiam de maneira rápida a uma velocidade que nunca hei de alcançar. Jamais julguei como falta de perseverança, e repito, jamais! Correria ao inimaginável para prosperar meus devaneios, e não os julgo, apenas creio.
E é com tristeza, apenas a parte bela da tristeza, que anunciaria uma derrota. De que adiantaria apelar a uma tragédia qualquer, se nossas derrotas, mesmo quando partem nosso mundo ao meio, são apenas reflexos da base sentimental a olhos alheios.
Cantaria também, um canto longo e melancólico, certa de que o que representaria perfeitamente meu estado seria o canto englobado no tempo grande. Sim, e todos sabemos que o instante passa efémero e tudo que transcende esse espaço de tempo ainda não identificado é apenas uma visão pessimista do que seriam as nossas vidas.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Canto de espiritualidade

Quando dei por mim estava lá, deparei-me com minha imagem em um campo extenso e ofuscado pelo brilho da noite. As pessoas agiam de forma natural com seus rostos conhecidos e pareciam desconhecer umas as outras da maneira mais comum que alguém poderia atuar.
O rito era mais sagrado do que uniforme, representantes dançavam em círculos, seus idiomas sucumbiam em uma união concreta e expontanea. Tudo sucedia conforme o esperado, apenas eu não sabia o que esperar. Pensei uma ou duas vezes em questionar quem me convidara e a resposta fora um tanto nula e confusa.
A negra do candomblé era a que mais me impressionava, talvez Xangô trazia o grito da fogueira. Compenetrados, subiram tanto que alcançaram minha mente e traduziram o canto que completava os meus sonhos.
E toquem os tambores!

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

onde se esconde?

E foi-se a época em que dormir servia só para acordar no dia seguinte, feito isso ia-se a escola para praticar pintura a dedo, conhecer novas histórias e abdicar de outro enredo.
Hoje percebo que a velha caneta não é velha pelo tempo, mas pela imagem que o tempo destruiu. A caneta era de cores diferentes, desenhava caras, escrevia frases e desconhecia mágoas. Hoje escrevo sobre angustia, meus personagens correm o mundo livremente, eles sim me agradecem dia a dia! São reflexos do que eu já fui um dia.
Meu cavalinho de pau some da minha frente e sem tempo de brincar viro gente triste no corpo de grande gente. E sem tempo, mais nem menos somos um dia responsáveis.
Viramos o copo, acostumando a trocar as dúvidas pelo álcool. E tudo entra de maneira tão sutil!
Nem uma festa de despedida é concedida! Como se viajar fosse mais longe de que nunca mais voltar.
E aí viramos todos adultos repletos de infantilidade que cobram diariamente do mundo, ideias e maturidade. Mas ninguém pode mais chorar, onde estão meus pais? Os pais que cuidaram de mim agora pagam minhas dívidas e me ensinam a ganhar a vida.
Essa vida que já fora concedida, e hoje foge, vai fugindo na medida, para o retrato que jamais vai me deixar.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

(texto não dedicado a seres humanos, que fique bem claro.)

Não se mova, não se mova, fique onde está!
Pois nem em perplexo segundo, pensaria em os abandonar;
o céu poderia clarejar, no mundo só no meu mundo vocês vão restar!
Lhes dou vida própria como assim a vida me fez, e só os sentidos
cabem na folha, como loucos reconhecem a loucura! Eu sou a loucura que os
mantém. Mantém a fraqueza, construa a imagem! Imagem só minha, só eu
os conheço! Não fujam, não sigam, ou desapareço! Vocês vão comigo,
sou inferno, sou abrigo! Sou o sol dos seus dias, o incesto calmante
o amor permanente,

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

~ ~ ~~~

É que agora, esse tempo tão fiel
me deu conselhos e permite então,
uma prosa, conto ou poesia de nossa invisível relação!

Ah, mas poderia deixar o cinismo de lado
me entregaria ao eterno romantismo
e por uma vez somente, deixaria de rir de mim mesma, eternamente!

Só as palavras libertam minhas lágrimas,
em forma de letras tão juntas, como agora gostaria de estar!
Excluo num choque fatal, todos os vilões que assombram o meu mundo,
mesmo sabendo que não são tão maus, quando as vontades que me consomem livremente.

Quem, quem, quem precisa de rimas?
Vou, vou, vou e penso, onde estou?
Livre , não sei se sou!
Onde, para onde o sentido voou?

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Oh, que tristeza! (um poema sem beleza)

E se ao acaso me dissesse assim, sem nada em mente
me conquistaria, irreparavelmete seu sorriso
que não é nada
além daquilo que sou!
Mas seria você uma poesia inacabada
ou quem sabe uma daquelas histórias, que falam, falam e não dizem nada?
Quem sabe seria um verso? Daqueles efémeros e sem tempo de amar
Ou um conto que faz de conta não ter gosto de contar.

Veja o que faz! Nem beleza, nem medidas, não há mais!
Irresistivelmente, uma história noturna que invade os bordéis sentimentais,
a ética não me permite dizer o que queria que fosse, mas invado a moral individualista
e veja só! Novamente, uma canção masoquista!

Oh, mas essa história há de cansar... E canso, pois me canso
e te canso pra contar! Mas soou,
o sinal de meio dia. Vou assim, me despeço na medida
de quem ama sem gritar.

domingo, 25 de outubro de 2009

``

É tão desconcertante saber que aqui faço tudo que quiser!
Poderia criar mil reinos, fazer dos meus medos problemas pequenos,
aprenderia a cantar todas as canções bonitas do mundo e dançaria da maneira mais invejável !
Ah, pois aqui onde tudo é permitido! Não, nem pense em contradições!
Criaria fadas também, Reis, príncipes, gnomos! Veja como é belo o meu constante pensamento!
Mas de nada adiantaria, pois seu perfume continua longe,
o seu sorriso ainda não é só pra mim,
nem de perto conquistei o seu abraço
pelo fato de ser de todos um pouco seu...
Mas aqui a canção mais simples é só nossa
e por ser nossa passou de simples pra amor!
O meu amor é verdade incessante
e o seu amor, a resposta mais capaz!
Aqui tudo só existe pra nós dois,
não me envergonho, nem suponho
envergonhar!
O que quero sei que aqui eu posso ter,
não é triste como é triste quando vejo
o que faço!? o que faço?!
Nem aqui a loucura vai dizer
pois sou louca, enlouqueço
e está feito!
Dois tijolos, uma flor e meu amor.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

grito,grito,grito,grito,grito,grito,grito [...]

E se o tempo ficasse do meu lado
a certeza não seria tão exata,
e a beleza! a beleza! que beleza é essa crueldade!
os lugares, já não os olho tão bonitos
e bonitos na verdade nunca foram!
mas por que essa loucura me aflige?
nos lugares eu só vejo o seu rosto!

mas que maldade é tão feia, tão precisa
o que me salva é a beleza do amor
não é belo por bonito ou feliz
só há beleza por ser triste e sutil.

mas ninguém roga ou preza as palavras
e de longe até pensam em desprezá-las
quem no mundo entenderia o que eu sinto?
se as lágrimas já escorrem sem complexo
meu coração já não bate infeliz
só por falta, ou minutos, ou vontades
ele chora e atropela as escadas.

grito, grito, grito, grito, grito, grito, grito
grito, grito, grito, giro, alto, grito, grito
grito, grito, giro e grito sem gritar

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Aos personagens! ! ! !

Deliberadamente lhes dou vida
e com um ar depressa, meio de saída
insisto repetindo que fique!
Não sei se o conforto é suave
ou qual história é a causa de nada.
meus segredos vou lhe permitir,
passeie sem pressa,
até o texto sair!

E os rodeios,
a voz não se cala!
o livro é livre
você que trabalha!

O mundo é um sonho
e se penso em sonhar?
Não é tão normal!
Estou de volta ao meu lar!

Meu corpo habita.
o coração segue em frente
sangue invadindo o mundo,
palavras possuindo a mente.

sábado, 17 de outubro de 2009

ei, ei, o asfalto brilha em néon
cores vivas pra sorrisos
que se escondem sem razão!
as janelas já não falam
meus sentidos não respondem
o pensamento voa ténue
para um baile, inspiração!

a menina se encanta,
com a vida que pensou,
ei menina, não se iluda!
as cores brilham em néon

e que brilho me traduz?
que beleza brilha mais?
de humano se fez justo
da palavra, coração.

sábado, 10 de outubro de 2009

Se a tristeza vez ou outra se fez bela,
se do amor o que restou foi solidão.
Felicidade de tão feliz já foi-se embora,
em qual sentido que segura as minhas mãos?

Se minha raiva não é raivosa nem sutil,
e meus sentidos me seguram sem razão.
Se nem de leve eu proponho uma resposta
ou infeliz fez-se longe o meu perdão.

Mas que sentido se revela a loucura;
E que beleza é tão sóbria quanto diz,
é que o belo de tão falso fez-se droga
e a droga de tão triste disse 'não'.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Qual o podre mais podre do amor?

Não sei se te puxo, meu bem
te rapto e resgato sem nem explicar.
Você e meu ego, num discurso qualquer
e dançando, como os pecadores dançam no céu
como no inferno os justos planejam estar!

Mas reze, ajoelhe-se agora!
Pois se não provou o pecado
criarei dois para te satisfazer.
Pra sempre e momentaneamente.

Mente! Não minta pra mim,
responde, responda pra isto
e dois trilhos te sigo na pista
no auge de meu fervor narcisista.

E ele não cansa de ser!
E se tu ousar não saber!
E se num verso qualquer,
eu me declarasse a você?




( é não saber escrever)

sábado, 26 de setembro de 2009

E irei voar, nos temidos carrosseis
Com o meu alazão, mudarei os rumos de uma geração!
Escalarei montanhas de flores, aflorarei
e descobrirei o tão certo,
a verdade que sempre questionei!
Mas e os meus lençóis coloridos?
Onde irão parar os vestígios,
o resgate proibido!
Aos céus longícuos
e estreitos do passado
Dançarei, dançarei
num verde declamado por um verso qualquer.
E que liberdade! Livre como uma criança,
que quando vê um berço de igualdade
passeia livre na segurança das grades.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Imparcialidade cruel!
Será vingança de meus antigos sonhos que com tal sutileza me maltratam sem explicação. Ou a imagem da melodia me torna fraca e viro então, vitima fatal da frieza.
Os sinais existem como recordações de momentos felizes e vibram como respostas exatas a uma dúvida tranquila, mesmo com tranquilidade as palavras não se seguem.
Mas. Não fui eu quem os desprezou.
Imparcialidade cruel!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Nem símbolo, nem verso

Existe o mundo! Existe o mundo! Existe o mundo para quem já sonhou em conquistá-lo e por uma interferência cruel ou fatal, este mesmo mundo para de girar e o sonho deixa de ser distante.
E essas palavras, tão comuns, tão banais, onde se encontra tal beleza? Nem as palavras, muito menos elas dirão algo pra mim.
E quem as conhece, quem me permitiria, tiraria um peso, transformaria a realidade em pesadelo, se enfim pudesse usá-las. Mas não as uso! Veja que abuso, é esse o tal.
Mas quem diria. A ausência não me comove. Nada mais se move.
O instante e essa sanidade cruel de quem percebe o fim.
Que não deixa de ser fatal, seria esse o final
que o destino reservou pra mim?

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

. será, tão,cruel, ou, então, que, nome, ou, virgula, não,existe,sentido,eu. vou, sentindo,o, que?, o que, posso, fazer!

Qual de meus personagens confrontaria essa vontade insana de condinome louco para te aprisionar?
Porque oras, não passa de prisão. E de amor, vez possessivo, vez expansivo que me encolhe e surpreende nas grades da questão.
E se não fosse por hora questionar, de que matéria ou sinonimo se diz amar?
Não, não, o que digo pra mim! Não és a questão que procuro, és o que sempre afirmei.
E te afirmo, te faço impuro para de longe cansares de ti. Sem ousadia, ou passos velozes, não ando pro quase de feitos heróicos.
Mas que heroísmo! Uso as fraquezas e rogo, repito, reciclando palavras de timbres vazios,
encontro saídas de vulgo estriblilhos, mas lamento de frente
e ouso afirmar;
não passa de amor. Que estranho é amar!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Manifesto de uma manifestação


A ideologia será sempre o inconformismo, momentos virão, escândalos complexos e perplexos serão inovados e a nossa revolta será sempre guiada pela ausência da comodidade.

A juventude que foi tem o dever de dar as caras e a juventude que é, tem a missão de lançar a voz. Pra manifestar não tem que ter inspiração, a poesia se faz do sentimento único que é uma nação. Sua voz não é mais sua, e seu rosto não é só seu. Você pertence a mensagem que transmite e a partir de agora passa a ser só isso.


O só não pode parecer pouco, toda revolta será sempre bem vinda. Pra isso as palavras nos traem, por isso os pensamentos nos negam e só ação trará resultado.

Porque não basta. E nunca irá bastar. Uma palavra não é suficiente e uma manifestação também não será.


Estou falando de consciência, de seriedade consciente que resultará um belo dia num dia que de fato será belo.


E então presenciaremos o resultado de almas que foram lavadas com ausência de comodidade banal e por olhos que serão abertos com manifestações de atos concretos.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

que lua que leio

Pois me distrai,
ao olhar pra trás
com olhos velozes, me deparei
com a lua de costume
cada dia que passa
cada vez mais imune
a tortura diária,
de olhar para a mim.
Será porque me quer ao seu lado;
ou porque beleza, brilhará sempre mais
que minhas palavras
mas a lua que trago comigo
e a lua que leio contigo
é mais bela que todas as esferas lunares
que já se depararam com dor.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

. No vai e vem do conformismo

Por possíveis sonhos inesperados ou intuições inconscientes, optei por não tão costumeiro hábito, pegar um ônibus. Além dos dois reais e vinte centavos, valor obrigatorio para aqueles que tem por necessidade se locomover, minha viagem custou também um desagradável engarrafamento e um mais desagradável ainda, retrato da sociedade atual.
Apenas alguns minutos parada, a Mercedes popular me mostrou pela sua janela mais um dos muitos meninos que poderiam estar se iniciando numa jornada rumo aos sonhos e conhecimento e que por simples redenção da vida, se encontrava frente a humilhação de sucumbir ao próximo por um prato de comida.
A indignação neste caso não é apenas aceitável, como necessária. A questão é onde ela se encontra. O menino pedia, as pessoas com pressa diziam "não tenho" e seguiam sozinhas com sua revolta. Revolta essa não gerada pela pobreza, falta de escolas, moradias, ou qualquer outra coisa que por direito elas tem e que por dever todos deveriam ter. A intolerância surgia devido ao fato das necessidades básicas, ou a falta delas, atingirem "quem não tem nada a ver com isso".
Quem não tem se conforma com sua possível inferioridade e quem tem se revolta com a interferência da miséria alheia. "Mas é tudo culpa do governo". Se somos a tão sonhada humanidade democrática, vamos nos encarar como humanos, homens que segundo o regime, tem total liberdade de escolher quem manda na gente.
Que ferocidade há em nossos olhares que confrontam olhos irresponsáveis, por não terem nossas responsabilidades e se acostumarem com o que lhes foi destinado. Destino esse selvagem, vítima da introspectividade que confronta corações injustos.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Relato efetivo de uma morte desnecessária


Jogou o cigarro com uma desprentenção perniciosa e o cigarro pôs-se a esperar.

O caso que tivera com sua dona foi efémero. Brevemente se deu conta que contava ainda uns dez ou vinte tragos para acabar-se por inteiro.

E não bastasse a rejeição de algo inacabado, foi jogado fora acesso. Sem ao menos se dar ao trabalho de lhe privar da dor da consciência, sua antiga proprietária agiu de maneira fria e covarde.

E assim permaneceu aflito, como se aflige um cadáver enterrado vivo.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

:

Canto, ser complexo, por que canto hei de contar
Conto o que foi dito, pelas asas hei de cantar
Penso, no que escondo
o que quero, hei de saber
Mas sonho no que sou
o que suponho
hei de ser.
E há, ó ser complexo
que deveres ou deve ser?
Por ser, inalterado
o meu ego
em Agosto
contra gosto,
vou dizer.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

mais um poeminha

Talvez por ser todas as melodias que criei sem saber o porque de ter criado
Todas as musicas que já cantei sem saber pra quem ter cantado
As palavras que dediquei, e confirmo ter dedicado
Os sonhos que sonhei, a filosofia do errado
A poesia da imperfeição, o romantismo que rejeitei até então
A verdade que criei, e que se criou por si só
Os olhos que se fecharam, as somas de tanto
que você já sabe, e fingia que não sabia
da política infiel, cruel e verdadeira
que se chama amor,

nossa sutil regalia.

domingo, 5 de julho de 2009

Mitologia x Mídia


Pra quem não é muito ligado em história da filosofia, vai um breve resumo introdutório dos pré-socráticos para entender a comparação sugerida no título;
Antigamente, lá na Grécia Antiga, tudo era explicado pelos mitos e as pessoas acreditavam neles por ser algo bonito, verossímil e de fácil entendimento.

Até que os primeiros filósofos, os pré-socráticos mudaram o rumo desta história. Eles começaram a usar a razão e tinham como objetivo buscar um único elemento que constituísse todo o universo, ou seja, a matéria prima de todas as coisas.


Hoje em dia, muitos desses caras fazem parte do nosso currículo escolar, como Tales de Mileto, Pitágoras ou Demócrito que insistem em nos enlouquecer com matérias como Geometria ou Química.

Mas loucura a parte, quem me interessa agora são aquelas pessoas que acreditavam cegamente na Mitologia, seja ela grega, egípcia ou qualquer outro tipo de mito pagão. Imagino que seria muito simples acreditar que o sol existe por que os deuses do céu acenderam a luz do conhecimento e que o mar é o liquido que sobrou das lágrimas de Apolo. Se a ignorância traz felicidade eu não sei, mas tenho certeza de que a falta de conhecimento atrasa o avanço do mundo. E isso me levou a pensar:

"Ora, não seria a mídia uma espécie de Mito?"


Ou de que outra forma poderíamos chamar algo em que as pessoas acreditam cegamente por parecer seguro, confiável, bonito e inquestionável?

Não seria tão confortável se não fosse assim, notícias iguais em mídias unânimes em suas mentiras, mentiras não, equívocos. Quem sou eu para ofender os deuses do jornalismo?

Deuses sem culpa alguma, tenho que confessar. Se não for assim, perdemos fiéis e sem fiéis quem sustentaria a fé do inquestionável?

Não estou aqui para contradizê-los, a notícia da vez tá na hora e a hora já passou faz tempo.

Mas quem sou eu para questionar os mitos?

Vou esperar a chegada do logos* enquanto parmênides não vem...




*logos = razão.


sábado, 27 de junho de 2009

Catchup, coca cola e chocolate - Viva la revolucion!

Marx é de grande bom uso quando somos invadidos pelo espírito revolucionário de Che e por ideias igualitárias de uma nação sem classes sociais.
De fato a vontade de mudar o mundo me acompanha dia a dia e jamais pretendo me conformar com a desigualdade social que resulta em fome e condições precárias de vida.

Acontece que esse discurso revolucionário todo mundo já conhece, e por mais que seja muito bonito a ideia de uma menininha querer mudar o mundo, eu lamento em mudar o rumo deste texto em tom utópico para transformá-lo em uma espécie de confissão.
"O que fazer?" Pergunta típica de quem se inicia no processo que inclui a vontade de mudança instantânea do sistema até a necessidade instintiva de agir. Confesso que pensei durante muito tempo sobre isso até chegar a conclusão que a única coisa que posso fazer para expor minha indignação de maneira legal é aproveitar o meu direito de voto.
Como terei de fazer isso de qualquer jeito, e prefiro fazer de forma a votar em um partido com suas características ideológicas e não em uma pessoa com suas características pessoais (como infelizmente a maioria do povo ainda faz), penso que seria de bom tom me filiar a um partido.
Apesar do equilíbrio me acompanhar constantemente, prefiro ceder as ideias radicais de que só com uma revolução se obtém mudança, pois então me filiarei a partido radical! Vamos implantar o socialismo, ninguém mais passará fome, o básico será de todos, as terras serão divididas e o povo terá respeito por ser povo e por ser gente.
A América Latina será unida! Unida e socialista, seremos povo de cultura próxima e alegria de viver o que sonhamos!

Mas o que farão com a Coca-Cola?
Coca essa que me acompanhou com gelo antes de me inspirar a digitar palavras novas?
Tão novas quanto a Coca- Zero que me fazem abaixar a cabeça e pensar:

"Droga, acho que sou capitalista."

quinta-feira, 25 de junho de 2009

minha opinião sobre...


Agora é assim, o cara morre vira anjo.
A tempos não se tinha nenhuma notícia muito interessante sobre o "rei" multicolor do pop, vai ver que ele cansou de balançar crianças na janela ou de sofrer processos judiciais sobre pedofilia e resolveu bater as botas.

Idolatria a parte, é impressionante ouvir comentários do tipo "coitado, tão novo..." ou "teve uma vida tão sofrida, não merecia partir desse jeito".
Pessoas se desesperam, escutam aos montes sucessos lá dos tempos da mamãe e choram de maneira lamentável a morte de um grande ícone da música.

Vamos deixar esse tom blasé de crítica de lado e encarar alguns fatos. Infelizmente milhares de pessoas morrem a cada minuto no mundo inteiro, por fome, epidemias, acidentes ou coisas do género. Injustiças são cometidas, pessoas são conformadas e o espanto tem de vir de uma morte "natural" com direito ao melhor hospital de Los Angeles.

Verdade seja dita. Perdemos um ícone pop.
Nada mais, nada menos.

Que seja bem recebido pelos deuses da música, cof cof, negra.

domingo, 21 de junho de 2009

Entre aspas"

Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.


Pablo Neruda.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

no tic tac da questão



Responda rápido, três coisas essenciais para você sobreviver a um dia inteiro;
eu responderia música, comida e amor, ou quem sabe água, livros e amigos, tendo essas supostas três coisas garantidas quem sabe teria um dia feliz e produtivo.
Na certa passar um dia sozinho, sem água e entretenimento não seria algo muito agradável.


Mas até que ponto nos privar daquilo que consideramos essencial para nossa sobrevivência ou bem estar seria uma prova de resistência as nossas limitações?
Você pode até me dizer que se privar de alimentação o deixaria fraco e incapaz de enfrentar algum perigo ou que uma vida sem conhecimento não teria sentido racional para você.
E pode estar certo que eu irei concordar com o auge de minha razão.


Racionalidade a parte, vamos considerar um fator presente em nosso dia a dia desde o dia em que nascemos até o dia em que vamos dar adeus a esse mundo : O tempo.
Com seria viver um dia em plena eternidade?
Seria a loucura capaz de nos proporcionar a ausência de tempo? Ou este é um privilégio que nem os loucos poderiam ter?


Conhecemos a guerra porque já vimos a paz, a alegria porque já choramos um dia, a revolta decorrente da compreensão, e o amor inverso a raiva e aliado ao perdão.
Mas como conhecemos o tempo? Seria então o próprio tempo a prova concreta que já fomos eternos? Ou se isso nunca aconteceu, como podemos perceber o tempo se jamais vivenciamos a ausência dele?


Talvez a eternidade não seja mais um mistério, talvez ela exista bem a frente de nossos olhos e assim como uma máscara sutil denominada "mente" nos permite enxergar fatos muito além de nossa compreensão, ela poderá também nos iludir criando algo que determina a sequência crucial de nossa existência, sim, ele mesmo, o ilustre e principal convidado desta matéria: O tempo.

Termino esse texto com um trecho de um filósofo ligado a igreja católica chamado Santo Agostinho:
"Que é, pois, o tempo? Quem poderá explicá-lo clara e brevemente? Quem o poderá aprender, mesmo só com o pensamento, para depois nos traduzir por palavras o seu conceito? E que assunto mais familiar e mais batido nas nossas conversas do que o tempo?
Quando dele falamos, compreendemos o que dizemos. Compreendemos também o que nos dizem quando deles nos falam. O que é por conseguinte, o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei. se o quiser explicar a quem me fez a pergunta, já não sei"

domingo, 14 de junho de 2009

-

Será inútil
qualquer verdade sua de roubar minhas vontades
qualquer beleza minha
ou expressa em palavras
qualquer valor que há
e há de ser
qualquer felicidade
de ousar
ou de morrer.
qualquer besteira chula
e expressa por vaidade
e que me menosprezando
vai achando minha tarde
tarde essa que já foi tão passageira
e que passa, vai passando de maneira
que não lembro mais de meus enredos
e não penso mais nos meus desfechos
que outra vez ouvi falar.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Relatório de uma mente perturbada.

Acordo assustada. O sentimento ainda sem nome definido onde o paciente não sabe dizer se sonha ou se vive me invade novamente. Mais calma para controlar o desespero frequente. Ótimo caso para ser avaliado por "mediuns" ou psiquiatras. E de fato já foi.
Vou até a cozinha, menos pelo gosto e mais pela superstição. Superstição por superstição, vai que da certo. Meu pai me disse uma vez pra sempre comer alguma coisa quando acordar caso isso acontecesse novamente.
Ligo para minha mãe. Faltam pouquíssimas páginas para terminar meu caso com Sofia. O mundo de Sofia, obrigado no currículo escolar de meus filhos. Se é que se pode chamar sabedoria de escola. Minha mãe atende e não me escuta. Ligo de novo. Ela abre a porta:
- Mãe é você?
Comprou ração para a Tetê, minha espécie não racional que serve de companhia de vez em quando. Tem que dar comida pro cachorro. Entrei na internet, falei com meu pai. Antes que a resposta viesse ele some. Ou fui eu que sumi?
Toca o telefone:
- Não, não é um sonho. Pode ficar tranquila.
Ficarei. Um cara na janela em frente sentado. A blusa dele é verde e agora ele não está mais lá. Mas esteve o tempo todo. O tempo todo que pensei estar sonhando, ele estava lá.
Não vamos julgar as culpas. Minha mãe não entende nada. Mas eu tento ensinar alguma coisa. Talvez ela já tenha caído na armadilha.
Não caiam! Não caiam na armadilha!
Podemos estar sonhando e sonhar quando vivemos, podemos não existir e criar tudo que vemos. Podemos ser criação, podemos ousar tentação. Podemos ser o que foi ou não ter nada depois.
Pode até ser o que é, e isso me frustra demais. Mas não vamos perder o poder de enxergar além do que se vê, nem perder o medo banal de perguntar ou ver para crer.
Vamos ousar fingir que sabemos, ou ao menos disfarçar a ignorância absoluta.
Antes questionar as verdades existentes do que se conformar com perguntas frequentes.

domingo, 7 de junho de 2009

Ah você sim,
a solidão com você não é tão sozinha
chega a ser até inspiradora.
Ao que remete
aquilo e aquele outro
o que escrevo, o que sinto o que ouço
O que quero, por que espero?
Sem tempo, tão devagar
pra quando ver
não passar
Isso é tão contraditório
sem dúvida alguma,
mais uma tacada!
Acerto em cheio,
trago, sinto cheiro
de olhos abertos
e olhando pro alto,
aqui vai mais um
sem futuro,
sem passado
mas com o presente jogado.
Jogado, de jogar.
Sem meio, sem fim
seu consumo impróprio,
consumido só por mim.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

[...] na esquina dos meus olhos as receitas dos olhares

O que falam esses olhos aflitos, insólitos
que cruzam os caminhos com os meus;
O que dizem os olhares de véus, as revoltas
armadas contra as falas caladas de nós.
Todos nós que não ousamos sequer
trocar uma palavra mantida
por olhares de partida
que só se cruzam por cruzar.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

No ritmo do amor, oh!

Blues, Chicago Blues. Esse se define por olhares, desejos embalados e jogados no vai e vem que sempre hesita na ida mas recusa e desusa, despreza e conversa com a volta.O amor folk é a linha do meio entre o Rock´n´Roll com agressividade sutil, a baladinha que leva rumo aos sonhadores e o country que para pra deixar folk passar.Então passa, porque é folk, e folk que é folk segue sozinho.Quem não quer, quem não quer rockabilly que atire o primeiro passo, que enlace seu amado, sua donzela abandonada, pois o mocinho vai dançar, vamos todos cantar e no final, no final da noite as frases não fazem mais sentido.Vamos parar por aqui porque o embalo triste nos pegou e não há nada mais bonito que a poesia no amor. E o que seria do amor poético sem o mínimo de tristeza que nos preze?Sim, vamos prezar por ela, em grandes ou falsas doses que resultam em momentos efémeros e cruéis de inspiração. E eu lhes apresento: a baladinha melancólica!Vou insistir porque todo amor é bossa nova, não deixa de ser e se for no Rio de Janeiro consigo até desprezar o mundo inteiro! Porque é bossa nova,meu bem, é a bossa que enrroça o meu amor. E no pôr-do-sol a gente sabe que o sol é mais bonito quando nasce.Mas deixa esse troço pra lá que agora eu vou me apresentar! Muito prazer e tudo termina em Rock´n´Roll!
Seria essa a mistura de ritmos que resulta no amor?

terça-feira, 26 de maio de 2009



Eu suplico uma ousadia,
nossa e de toda parte
uma verdade inconstante, ríspido!
da mentira e da vaidade.
Suplico o certo na hora errada
o sentido, o prazer exato.
Suplico o senso de desejo sujo,
se sujo for o conceito usado.
Mas sei que suplico o ódio
quando o ódio por trás jogado.
Agressivo só de bem na arte
e naquilo que for improvável.
Mas sei que suplico o tudo
aquilo de real voltado
voltado se for para o inferno
pois meu passaporte já foi rejeitado
no céu inconstante e belo.

terça-feira, 19 de maio de 2009

?

O que mais me surpreende como individuo é o fato de ser um ser pertencente ao todo, e mais do que isso, me espanto com a falta de questionamento vindo dos outros seres.
Será isso por ser eu, o único ser pensante do meu universo? Então levando em consideração Descartes "Penso, logo existo" só vejo o pensamento em mim. Sendo assim, só eu existo e todo o resto seria fruto de meu pensamento?
Mas posso sentir emoções vindas de outros seres, ou seria apenas reações advidas da razão? A razão seria então o maior inimigo da existência?
Em qual segmento de verdade posso me encaixar? No que penso, no que vejo ou no que sinto?

quinta-feira, 30 de abril de 2009

no sentido que eu sinto

Em escala de grandeza emocional coloco no primeiro patamar. Em grandeza sentimental, não me sinto forte o suficiente para decidir. Ou em palavras mais claras, admitir.
Que expressões mais belas poderia usar?
Ah, se em palavras nem eu sei o que quero dizer.
Acho que palavras, palavras só fazem sentido quando se fazem sentir. Fora isso, o que teria de belo em descrever algo insensato e desconhecido?
Enquanto aos amores, tarados, despidos, apaixonados. Com quase uma lista perto da infinidade de definições declaro que seria o amor que me convém.

O toque de beleza é fundamental, seja ela a beleza em si ou algo disfarçado de prosa romântica. As portas se mantém fechadas e declarações só em afeto escondido. Andando nos cantos ou exibindo a vontade, sem pudor, seriedade. De modo que todas as melodias se encaixem e todas as palavras se façam presente.
Mentiras, desde que sejam românticas, serão mentiras. E sussurros pelos arrepios sentidos, em todos os sentidos ou desejos reprimidos.
Os meus amores são impossíveis. No sentido poético da palavra;

segunda-feira, 27 de abril de 2009

-

essas palavras que deixaram de ser paisagens
e hoje fazem tanto sentido
essas paisagens que hoje não são só amores
e esses amores que não são só lembranças
esses sentidos que fazem chegar
ao que se pensa ser
amor.
mas pode-se escrever sem o medo ,
então fica só e verdadeiramente completo
enlouquece
pelo sentido
e ficcional mente esquecido
pela moralidade.
sem moral, etiqueta ou compromisso,
é amor liberal e enlouquecido;

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ser ou não ser o que será?



- Eles concordam comigo!
Foi o que pensei quando liguei a TV e um programa defendia a inclusão da filosofia no currículo escolar de crianças no ensino infantil e fundamental. Eu, que em pleno primeiro ano repetido do ensino médio, tenho o desprazer de ser empanturrada ideologicamente por matérias inutilizáveis no meu ponto de vista, e mesmo assim, conformada com a falta de matérias (já obrigatórias) como filosofia e sociologia no meu dia a dia escolar, fiquei impressionada ao ver a diferença de comportamento das crianças que já conviviam com questões mais aprofundadas no sentido filosófico, das crianças que conheço e convivo durante minha vida escolar.


Um dos filósofos em pauta, declarou que uma criança em idade entre 3 e 7 anos ou 8 e 14 anos pode não ter capacidade de discutir Platão, Kant, Nietzsche, etc mas que tem total capacidade de ser estimulada a questionar suas perguntas diárias, que na minha opinião, são esquecidas por falta de estímulo.


É essa maneira óbvia, racional e direta de ver as situações que estraga o mundo de hoje. Está na hora de inovar, aprender a questionar, ousar pensar o novo, sentir a sensação do que não é considerado normal e viver de forma mais ampla e inovadora.

Pra mim está mais do que na hora de começar, e começar desde cedo a não ter medo de ser o que é. Ou não ter medo de não saber se é, se foi, o que será, o que vier.
Está na hora de mudar, e isso não sou só eu que estou dizendo.


Não sei como funcionarão as escolas daqui a algum tempo, mas no que depender de mim, o amor ao conhecimento prevalecerá em relação ao numero de acertos em meio a questões iguais para indivíduos diferentes.

E pra quem acha que filosofia só lida com a razão, vai aí o seu verdadeiro significado:

filos- traduz a ideia de amor
sofia - significa sabedoria


Filosofia, amor a sabedoria.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Entre elevadores e devaneios...


Num desses devaneios peculiares de pensamentos inúteis e repentinos, me veio um na contra partida do original:

"e aí, dou ou não dou tchau?"


Vamos analisar a seguinte situação,
você em um momento de alívio chega em seu prédio, abre a porta de seu elevador e num quase gesto forçado de solidariedade, segura a porta para seu vizinho. Desconsiderando cenas ao estilo 'vou não vou, entro ou não entro, sorrio de lado ou mantenho a séria compostura' , ele provavelmente irá entrar e agradecer tal gesto de humildade.


Parece simples, não?


Mas comigo é um pouco diferente, e caso você não seja meu vizinho, irei confessar agora mesmo o que acontece.
Dentro do elevador sofro uma pequena e curiosa tortura que dura cerca de quatro andares, durante esse gigantesco intervalo de tempo, desconsidero questões políticas e filosóficas e só fico a me perguntar se "dou ou não dou tchau"
É claro que vez ou outra a vida resolve ser bonita e o vizinho desce antes de mim. Porém, caros moradores, isso é raro de acontecer. E eu, eu que pago o pato.


3º andar. Chegou o momento da decisão final e considerando todas as questões e divagações ocorridas durante a subida de uma (ou várias) cordas puxando uma máquina que comporta geralmente 10 pessoas no máximo, chego a conclusão de que é melhor seguir meu instinto e deixar a espontaneidade me levar.


"Tchau", digo baixinho.

"Tchau", responde o passageiro de maneira simpática.


E ambos continuam suas vidas com a sensação de serem ótimos vizinhos.


Porém hoje me ocorreu a pergunta que mudou a minha maneira de ver o mundo (ou o prédio).

"Por que dar tchau?"

Se ao menos houvesse um diálogo, um diálogo sequer! Sobre o mar, o tempo, o Rock, o Lula!
Mesmo se fosse sobre o Lula faria sentido, mas sabe, não faz.


Então hoje decidi que a solução é me entregar a antipatia a responder sempre a mim mesma:

"Não Kika, você não vai dar tchau".


Com isso sairei do elevador com a péssima impressão de ser uma vizinha lastimável, mas com a bela e esperançosa certeza de ser uma pessoa livre. E falo isso com o auge do meu romantismo.


sábado, 11 de abril de 2009


"- Estamos vivos! - exclamou o Curinga, e estendeu com tanta força os braços que os guizos de sua roupa tilintaram estridentes. - Vivemos uma aventura maravilhosa aos olhos de um céu maravilhoso! Coisa estranha, misteriosa... podem acreditar! Vira e mexe dou um beliscão no meu braço para ver se tudo isso é verdade...

- E dói?- perguntou o Três de Ouros.

- Agora, cada vez que ouço um dos meus guizos, sinto que estou vivo. E eles tilintam, como todos sabem, ao menor dos movimentos."

O dia do Curinga. Jostein Gaarder.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Meu conto de fadas não-libertino.



Muito do que se esconde, não me pergunte onde anda meu romantismo,
escondido a sete chaves daquilo que não se pode fazer mas que só por isso,
não se para de pensar.
Mas o romantismo em seu auge, em cada nota, cada flor que sempre rejeitei,
cada palavra que nunca acreditei, era só disfarce.
Só que é cheio de faz de conta, de príncipes, Reis, Rainhas e lobo maus,
é cheio daquilo que nunca sonhei quando podia e no fundo,
mas bem no fundo não passa de romantismo infantil.
Pelas leis de felicidade, as mascaras de infidelidade fingindo liberdade,
pelas noites que sonham o dia, e aquilo que se esconde, mas que existe.
e que só o príncipe mais encantado dos contos de fada mais reais pode tentar libertar.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Que entre a corte, que corte seus medos!

Que na corte me faço presente,
a música típica me acompanha na época errada!
As feiras, sujeira tão agradável
quanto a flauta, alternações nos ritmos que sou!
Que beleza? Que arte que vejo?
Posso rir que não serei preso,
ou chorar que de fato continuarei
e aquele que me interromper,
que no corte, a corte se fez!
Se a beleza era mais bela,
se de belo nem o que foi
mas recito um ou dois versos,
para que cabeças não rolem depois!
Role, role
que rolem as cabeças,
não tenho medo de criar!
Meus pensamentos serão aceitos
como risadas um tanto mofadas
e chorarei com cara de bobo
e a alma mais que lavada!

domingo, 29 de março de 2009

Que pulso que ainda pulsa?



Me perco nas palavras, sem segurar meus impulsos,
questiono minhas verdades, sem saber por que veias pulsam meus pulsos
e sigo para variar, meus pontos intrusos no ego.
Vario de nome, confundo as caras
invento novos modos de inventar
e calo pra assegurar
que de seguro, o seguro vem me buscar.
Desafio o que tem que desafiar
mas a timidez não vai calar
o que a vontade se diz no direito de dizer.
Pela beleza que não há, nem versos hei de contar;
Segundos, segundo
os números, primórdios da pulsação
que de nada vão adiantar
no que pulsa minha imaginação.
"E enfim, considerando que todos os mesmos pensamentos que temos quando despertos nos podem também ocorrer quando dormimos , sem que haja nenhum, neste caso, que seja verdadeiro, resolvi fazer de conta que todas as coisas que até então haviam entrado no meu espírito não eram mais verdadeiras que as ilusões de meus sonhos."

Discurso do método, parte IV. Descartes

terça-feira, 24 de março de 2009

o refugio mais usado

Sejam bem vindos!
Todos muito bem vindos!
Ao céu que chamamos de nosso,
a existência que temos como própria,
e a verdade que usamos como mascara!

Sejam bem vindos!
Todos muito bem vindos!
Ao desejo podre que consome nossa moral,
a vontade cega que induz ao final
a insatisfação barata que traduz a miséria dos ricos,
e ao tempo que criamos a princípio.

Princípio de nada,
de almas lavadas,
levadas como caras
ao poço mais profundo!

Poço de maldades,
que disfarçam suas drogas

como as drogas que não matam.

Não matam mas consomem,
como os rostos sem seus nomes
que traduzem solidão.

domingo, 15 de março de 2009

Retrato deplorável de minha infância



Pelo fim nostálgico lembro da alegria das crianças naquele fim de tarde, onde a noite se fazia feroz para os que não tem medo.
A poesia fazia falta na tristeza e poderia mais tarde ser lembrada pelo corpo de um adulto, ou de um criança que fingia ter a feminidade de alguém atingido pelo tempo.
Mas a lembrança, nunca esquecerei aquelas vozes tão distantes, aquela alegria insuportável que até hoje me atinge por saber que é algo simples, puro, notável e contagiantemente deplorável.
Não sei se é isso que guardarei da infância, um olhar isolado de quem não sabia dançar ou uma visão triste de quem nunca achou graça em tentar.
É esse silêncio, culpa de quem o interrompe. O dever de interromper o silêncio é meu.
Só meu.
Seria capaz de
de
de
de fazer
o que nunca pensei em fazer,
ou criar,
o que nunca pensei em criar
só para acabar com aquele frio momentâneo que nenhum agasalho soube aquecer.


sexta-feira, 13 de março de 2009

fui perguntar pra Nietzsche



É claro que quando escrevo não tenho a intenção de olhar o mundo como algo externo e meu lado mais egoísta tem o dever de se encaixar nele.
O planeta Terra não me envolve muito, admito que a política, os cálculos e a massa aglomerada de seres humanos não me traz recordações que posso chamar de boas.
O que me preocupa?
Dentre o clichê de urgência e a moda do movimento humanitário o mais preocupante
é fazer, sem saber que está fazendo.
A alienação se trata de um estado de consiencia que atinge a popularidade com a miséria e a "elite" com fascinação.
Por meio da fome miserável e do tédio rico e aceitável, alguém está por trás, rindo
não sei dos seus planos, não penso em algo tão grandioso
será que sou eu?
A culpa não é minha nem sua, não sei mais de nossas desculpas
não sei se temos tempo para isso, e o tempo já não é mais tão preciso
Não sei pra que servem as fórmulas quando não se tem intenção de usá-las
Não sei quem decide o que tenho que saber, e não entendo até hoje como vim a conhecer


Pode ser perseguição de minha parte, vontade de parecer algo que não é
tentação de ousar algo emocionante ou desejo de pensar com precisão;
Mas tento ser instável o suficiente para não me deixar induzir por crença
ou sentir seduzir por religião.
Seja lá o que for, teremos que concordar que desse vez o podre ultrapassou o reino da Dinamarca.
Se o fedor vem da beleza ou da tragédia, aí eu já não sei dizer.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Promoção do dia: só ganha quem acertar, só acerta quem adivinhar

É nobre de minha parte dedicar palavras a você,
no sentido real que não existe nem quer saber,
mas falo, posso repetir quantas vezes quiser me tentar
nem que eu tenha que trocar de música para você desistir
Não vou acreditar naqueles que acreditam.
muito menos, pagar pra ver
Jogarei seus créditos fora,
apago agora qualquer vestígio seu
Juro que vou rir daqueles que te criam
posso te espantar com a cruz e a espada
olhar pra você com a cara mais lavada
e concordar que em um sentido você pode se encaixar
deixarei os tolos,
pois um dia aprenderão
entre céus, ruídos, montes ou feridos
de você,
só criação;


quarta-feira, 4 de março de 2009

a criação do que é imperfeito ; não enxergo quem quer ser



Sai, sei que não há de maneira contraditória o que discutir
sei de maneira fria e cruel, que não há como resistir
talvez narciso me ajude no que há para ajudar,
talvez alguém me ensine o que não há para ensinar
e serei o que ninguém nunca irá aprender
Talvez o teto desabe só para aprender a jogar,
ou quem sabe a vida ensine
a quem nunca soube embalar
nesse ritmo que embala a vida
ou no groove que vai me levar.
Ou posso jogar meu corpo,
dançar minha alma
enlouquecer a própria mente.
Posso até aprender magia,
conhecer bruxas e virar bruxa também
vou descobrir fragancias em olhares
e sentir o cheiro da vaidade.
Serei assim, um pouco como eu e você,
existirei como as notas, os fatos, o blues
Vingarei como os fracos, fantasiarei covardias
e jogarei paciência no nada
pra responder a perguntas
que jamais alcançarão a intensidade de uma existência presente na realidade.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

já foi carnaval

ah, é carnaval!
e se não fosse Carnaval até que iria gostar,
se não fosse pelo excesso de número de pessoas mascaradas
com as caras erradas,
até que iria gostar.
se fosse pelo que comemorar ou se não fosse pra sambar
até que iria dançar.
se tivesse serpentina, emoções repentinas
pelo menos pra mim, seria bom de cantar.
mas não há o que falar
não sei se você quer
mas que seja Carnaval o que vier
pois de Carnaval meu bem me quer,
e de Carnaval eu te conheço,
com fantasias reconheço,
que quando acabar,
carnaval, agradeço.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Manual completo para usar sua loucura no que há de louco mas não enloquece

Há quem reprima, quem odeie , abomine
há quem fuja, disfarce, misture.
Há quem se entrega, quem engole ou é engolido.
Pode haver quem há, assim como eu que até aproveite o que há para aproveitar
tem quem escreva, faz de fato para ser.
Mas cuida, há como cuidar
com as cores mais opacas nos sonhos mais vividos
com a dança mais solta e louca!
Louca por ser o que dança pra ser,
a dança no fundo é você!
Há quem se vê, quem deixa de ser,
há quem pule, quem cria com o que se pode falar
tem gente que assume, tem gente que não sabe.
Mas cuide, com desprezo e sem cuidado,
cuide, com amor, desejo desesperado.
Use-a, traduze-a, ame-a, ou invente-a
mas acima de tudo,
seja a





.




ps> eu sei que minha colocação verbal é considerada errada pelo livro de gramática

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

tão normal como a tal


Mais do que normal, como seguir corredores
escorregar,
mais do que se dizer necessário,
e num mar repleto de respostas que se espera
de olhares que só se podem ser,
no que reflete.

Sem as respostas,

saem as respostas

não fala nada

não fala!

não quero dizer o que disse
mas o silencio impede quem quer ser o que não consegue sem pensar demais

pensa demais

pensa demais

fala de nada

repete, obrigada!

sem nada, com tudo

e só.

não é pra ser intrigante

não é pra ser poético

e não tenta nem de longe, a melodia.

e só pra ser só

e seguir assim o segundo mais efémero de uma eternidade.
(eu acharia chato)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

em casa com Stevie Ray Vaughan

Pode ir, voltar
corre atrás, esquece e não fala nunca mais
Fala que gosta, odeia e joga fora
Manda, pode pedir
mas não se contradiz, ao contrário
faz tudo certo e escondido
é errado, não é proibido
vem antes
solta, não larga mais
promete, mas não garante nada
até recebo
mas só acredita se toca
não percebe quando vê
vai, volta, corre
tá na hora de ir
não terminou
mas acabou de começar.
Quem falou?
é só isso!
era blues, virou Rock´n´Roll.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Tudo ao mesmo tempo,
e por mais que não há a inspiração, há a loucura!
e por que falo tanto nela?
por ser a loucura reservada, que aflige só quem a vê. Por ser a loucura não ajudada, afinal, ninguém pode crer!
E quando eu falo que há, todos riem, os vocês de uma só pessoa podem rir, mas posso descobrir meu medo?
A junção de tudo diz algo?
você não vai entender, só quando
só quando deixar o sentido de lado para poder procurá-lo
só quando acordar e dormir ao meio de revelações e ainda assim duvidar.
Mas eu posso garantir, você não vai entender.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

ninguém viu

Sim, eu poderia querer um desses modelos de vida normal, quantas vezes já quase não me entreguei a bossa nova?
Uma, no máximo.
Eu sei que ás vezes vem o coração falar que me importo muito com ele, e quando isso acontece já não se consegue muito bem diferenciar o que é o que.
Tem o blues programado que garante o segredo, o blues de improviso que sussurra no ouvido. Tem o Rock´n´roll clássico que entrega e o jazz que prepara. A baladinha que balança sempre que lembra e o Carnaval que me fez de simpatia.
O folk que leva e todos os outros que fazem chegar.
Mas a loucura é sempre a mesma que constroi meu filme, as frases feitas que compus um dia. Os momentos que de momentos viram emoção, tem o elo do que imagina e a verdade de quem fascina. A música de quem consegue e a confusão de quem nunca deixou de ser.
Mas acima de tudo, posso garantir uma coisa.
Não importa em qual galáxia ou nível espiritual você esteja,
se você acredita na música, você acredita no amor
e eles vão te seguir para onde você for.



droga, esses dias fora de casa estão me fazendo perder o nexo

domingo, 25 de janeiro de 2009

Por que isso de só saber lembrar quando esquece o que foi?
e esse caminho que leva ao que é certo sem saber como se erra
se não sabe que se erra é um erro?
e depois que sabe;
eu prefiro não resumir só guardar o que virá, mas e o que veio?
como eu faço, se sei que o que veio é pelo que já foi e se quero o que virá, tenho que abandonar o que já veio?
mas e se sei que o quero pode parecer não certo, vou então querer provar que o meu certo está sempre errado pra mim,
e que o errado pra mim é fascinante, e se cheguei algum momento a questionar minha existência, posso jurar que foi por culpa dele.


SP.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O brilhante trajeto de um homem feliz e solitário (my sweet lord)




pode ser o sentimento
o destino
o sentido.
pode ser o que grita que o fez gritar,
mas mesmo assim o fez.


contagiou metade de tudo
partiu para onde sempre sonhou
cantou canções que nunca cantou
e pode-se dizer que assim seguiu


quebrou corações que jamais consertou
olhou com olhares que combinou
jogou o que nunca aprendeu
e pode-se dizer que assim esqueceu


perdeu flechas como um perdedor,
mudou a rota do caminho que criou
improvisou acordes que nunca tocou
e criou mentiras que sempre acreditou.
pode-se dizer que mesmo assim, viveu.
leiam esse texto escutando essa música: http://br.youtube.com/watch?v=fQkylt8PX5g

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

a parceria que cria, nem sei fazer poesia (jackson)



a parceria que cria
quem cria?
os parecidos
os desconhecidos
os amantes que mentem
os estranhos que se conhecem
os olhos que se fecham
as bocas que se abrem
as línguas que se cruzam
palavras que se fecham.
quem canta, ou finge cantar?
quem sabe o que quer saber
quem somente movimenta
o movimento de se entorpecer
quem nem liga pra aumentar
o aumento que se faz dizer
mas quem vive, sabe viver?
quem esquece os olhos,
quem desliga o que acordou
e quem gosta de andar
pelo brilhante mundo que criou.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

retrato de uma mente autoritária

A insanidade é o refugio para as mentes atormentadas
loucura é a inspiração do corpo sã
a tristeza é o disfarce da revolta
a dor não passa de hipocrisia.
o momento é traição passageira
o céu,
quem falou de céu?
o viver se limita as crenças
as crenças criam mundos impróprios
quem pode crer nas loucuras?
quem pode crer no seu ser?

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

aceitável frieza (california dreaming)



de repente!
o que passou
mas só senti
com versos simples
melodias melosas
tão salvas quanto eu
e as vozes
que sabem ler e parar
quando rezam para o céu de futilidades
nem tão fúteis,
nem tão reais.
o movimento que sabe guiar
e me guia para onde quero
guia minhas mãos
leva minha mente
solto o que quero
no espaço que tenho
e que une pessoas certas
com vidas quentes
seja ele com cores vivas
ou esquemas gélidos de uma aceitável frieza sentimental.
leiam esse texto escutando essa música:

domingo, 11 de janeiro de 2009

o que há de haver (dream a little dream of me)





tão sutil
quanto a palavra em si
quem encanta
quem escuta
os olhos
olhando pra baixo
como a luz, que já se vai
mas antes de ir
passa e diz "goodbye"
e para, não há contradições
para cantar,
e olhando para baixo
sorrindo de lado
e tocando uma gaita desafinada
almeja o seu querido folk/blues
que há de haver com o que houve?
não há de haver nada
é sol o sol que já vai se despir
e a lua que nem pensa em se despedir.



leiam esse texto escutando essa música:


http://www.youtube.com/watch?v=ajwnmkEqYpo&feature=related


sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

(algo)

Acho uma covarde hipocrisia descrever a insanidade de maneira sã.
Acordo em minha invenções, vozes internas me contam o que criei,
duvido da realidade, suspeito de um conceito.
Passo para outra ordem, subo alguns degraus,
acordo, adormeço, adormeço, acho que acordo.
Invento, surge, crio
Acho que é garantia, mas não se confia
no desconhecido
mas ilusão de conhecer
é o que me preocupa.
Mas pra que preocupar?
os acordes já não podem mais terminar de forma tão intrigante quanto antes.

sábado, 3 de janeiro de 2009

a culpa é do blues



Sabe, sempre preferi os bateristas.
Pra mim não importava, podia ser o baterista que fosse,
pelo simples fato de ser baterista, subia um pequeno degrau no meu conceito.
Pequeno, por ser meu o conceito .
Até porque tamanho nunca foi o meu forte.

E eu não falo de alturas ou dimensões,
na verdade, poderia até dispensar,
mas não gosto de apagar palavras.

Deve ser por isso que os guitarristas me conquistaram,
e de uma certa forma,
tomaram o lugar dos moços com baquetas e blusas suadas.
Mas eu sei que a culpa é do blues,
a culpa é sempre do blues.
Aconteça o que acontecer.

Por ser tão banal quanto irreal
o fato de não ser
só uma nota,
mas o fato de crescer,
e talvez mais tarde, sentir

O coração já não interessa mais,
é que a muito tempo atrás, um desses bateristas me entregou o segredo
e eu, meio sem tamanho pra entender, resolvi esquecer.

A bateria é o coração da banda
O vocal pode se comparar a loucura,
o baixo de tão espiritual quanto eu,
é a alma da música.
E a guitarra?
Uns três segundos pra pensar,
mais dois pra calar,
a guitarra é o tesão da banda.

Palavra sem o mínimo de glamour, admito.
Mas com a total verdade que uma menina com o mínimo de tamanho possa reconhecer.


(isso soou groupie demais, merda)