sábado, 24 de agosto de 2013

Título

Saber que o mundo gira
E que as coisas permanecem insistentemente em seus lugares
Meus olhos desviram o cosmos, refletidos em momentos oportunos
De desoportunidades únicas
Sou um reflexo, um martírio
Por considerar tantos mistérios
Em um único suspiro
Posso então rodar junto ao mundo
Que me consome e me cospe de volta
A essa selva desarticulada que se transverte de vida
Todos os cálculos estão errados.
Nenhum segredo foi ainda revelado.
O óbvio voa frágil
Como bolhas de sabão
E o que faço então?
Vou acariciar esta identidade
Foi-me concedida como fantasia
E de todas, ainda me parece
A mais certa e a mais partida
E de tudo, o que faço
É fazer.
Afinal, se é o mundo que gira
Resta-me
Apenas
Re

Conhecer.

sábado, 3 de agosto de 2013

Galope

Depois de encarar a vida com tanto fogo nos olhos, ar de sobrevivente e teoria de principiante, depois que o mundo surge com suas traças e urge com suas garras, não há desilusão que não se resolva. Fera felina essa Terra que gira, fazendo de mim uma dama na dança das ilusões perdidas.

Ah, tanta poética.

Pra simplificar o óbvio que se disfarça. Mas não há problema algum, pulo da janela da alma para as letras que se mastigam em mim mesma. Todo o ar é minha convicção, e se um dia crescer, chorarei em luto eterno, dançarei sobre este caixão revestido de mágoa e tralha.

E de toda conspiração, essa revolução inconsciente que movimenta nossas pernas em direção ao explicável, tudo faz sentido, tudo parece tão claro e espiritual, que é quase um rito.

Meias verdades que me consomem são fantasias mal colocadas, máscaras usadas e descartadas dos bailes que dancei outrora, bailes vívidos de viúvas de si mesmas que já se amaram.

Um compasso único é o que me movimenta, vou guardar um tesouro de letras, vou acumular uma riqueza de momentos e brindar com cicuta minhas revelações ancestrais.

Ah, esse mundo que sorri. Mundo, meu criador ou criação minha?

Sei, que de tantos, confesso, que, portanto, viver é a maior sentença.

Estamos por fim, condenados.
A voar sobre as rédeas da vida.