domingo, 28 de fevereiro de 2010

nada ausente, próximo futuro

No momento a aspiração me parece familiar, contradições só me atacam quando olho rapidamente para traz e não percebo qualquer variação de estado. O que sinto, como outro não se foi. Como esse fim nostálgico se faz presente, se de verdade nunca o vi ?
Então quem sabe é fim corrupto, é dor contínua, conspiração. Meu desempenho transgride o tempo, mas me enfrento com transição. Não é tragédia ou covardia , só um processo de falta ao chão. Mas enfrento, enfrento, enfrento-me com rédeas curtas, abraço-me pois me exalto.
Ah, tão distante essa confusão, tudo permanece calmo, nem o clima se entristece. Tudo permanece cinza, nem o sol hoje me machuca. O mais terrível, mais brutal, só a razão não explicaria, a dor não some com as palavras, o princípio não se desenvolve com a teoria. Cuspiria versos frente ao desespero e continuaria sóbria perante meu consolo curto.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

...

Não gosto desse simetria programada, esse culto ao idealismo social. Que mistura ingénua! Misturar conceito com amor...

sábado, 20 de fevereiro de 2010


Despedaço-me junto ao inconsciente de Dali. Se pudesse dar luz a outra história, nasceria tinta, viveria cor. Construo-me na vivência do pós-guerra , onde guerras não são distantes, são presentes, vivas e constantes. Quem dera mergulhar em arte, ser puro tom de tristeza só em nome da beleza.
O azul de tão triste está em meus olhos, misturo o mergulho dos pensamentos nobres e construo meu quadro intenso de perfeição.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Seja discreto. Existe um universo inteiro que me rodeia, luzes acesas que me observam e questões incessantes que me alucinam. Pelo que vejo qualquer calor é inspiração, os suspiros que acompanham minha vida, são melodias improvisadas para uma trilha sonora completamente lúcida. O ritmo da dança não é costumeiro, sua voz balança meu corpo inteiro.
Como em um instante o mundo resiste em me convencer? Não sou o mundo! Sou você.
E o que resta, então? São gritos reprimidos, conversas desgastas, olhares e mãos erradas;
São só conclusões, o que será minha inspiração?
Basta, já basta.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Como se bastasse nosso encanto, minha recuperação rápida e jovial já não dá mais conta. Entrego-me dramaticamente a uma representação qualquer e com minhas transpirações filosóficas construo mais um dia confortável. Quem sou eu para falar de conforto, quem sou para fingir que vivo de uma maneira única. Mas não me importo, não me mobilizo com a loucura se seus olhos me encaram e eu como uma fugitiva, fujo da maior verdade que é te amar. Não me sustento com adjetivos fortificantes, já cansei da perfeição distante, permita-me usar a ousadia por alguns instantes mas eu quero a perfeição, quero manifestações concretas e mundanas. Não acredito que me tornaria menos notável por causa disso.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

...des espero

O que desespera não é a consciência do desespero, é a realidade que ele propõe. Não trocaria meu estado constante por algo qualquer, meus instintos que movem o mundo e sei que gritaria com uma velocidade sobre humana para que minha voz chegasse perto da realização. Que frequência precipita a dor de um precipício, vejo-me tão próxima e assim em uma constatação de segundos finalizaria um processo tão longo e qualificado. Conto uma vez, o impulso não pode falhar. Respiro longe de mim, suponho três vezes não acreditar. Não salto, não fujo. Permaneço intacta perante a suposição. Frequentemente me questiono se não seria esse o retrato mais fiel do tal,

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Antenas existenciais.

Entre pensamentos cotidianos que desciam junto a água, a avistei com seu passo lento e minucioso perdido dentre o vazio de um ladrilho branco. Confesso que a imagem com a qual me deparei era demasiadamente triste e por um segundo qualquer de reflexão percebi um espelho que nos unia de uma forma misteriosa. Não éramos então iguais? Sentindo a temperatura ora quente, ora fria da água, estávamos paradas dentro de um universo gigantesco e desconhecido para ambas. Talvez eu estivesse em desvantagem, para mim solidão não é apenas um instinto, estava só e acompanhada. Nós duas, eu com meus pensamentos e ela com suas antenas que neste piscar de olhos já relutava em viver. Em um segundo pensei em matá-la, mas não seria possível. De tanto nos olharmos, nos tornamos íntimas. E num ato instantâneo de crueldade, desliguei o chuveiro e parti.
A formiguinha permaneceu sozinha, como sozinha sempre esteve. E sem razão suficiente para esperar a sua morte, eu que ganhei a consciência de seu fim solitário.
Eis a desvantagem de ser um ser humano.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Meu motivo.


Vamos dramatizar nosso passado e expor com vontade tudo aquilo que as palavras já negaram. Essa impaciência irreal que nos persegue dentre criações só resiste ao tempo devido as dúvidas, e senão elas, quem nos abrigaria dentre o desespero?
Esse reflexo de realidade, esse vai e vem de instabilidade nos faz perceber as cores mais vivas apenas quando os olhos se fecham. E de que adiantaria fazer do momento prisioneiro, se em troca desse estado inalterado do ego, receberíamos um simples pedido de desculpas da vida?

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

nem tão velhos

Há de haver em algum espaço uma esfera constante e ingénua que repete desejos com frequência surreal. Serei eu essa esfera ou a construo sem saber? Somos todos , não discretos, um fruto amargo que brota sem crescer?
Mas não ouso em pensar, meu mistério é necessidade de saber, o amor de olhar depois que sente, me encontra em um canto sem querer. E cantar com seriedade, mostrar desejo de liberdade, o ser livre só se ilude e eu me calo pra mostrar. Fruta fresca na minha boca, seu sabor me faz pensar:
quem criou a perfeição, sinto algo podre e a jogo fora, sem motivo nem razão.