terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Delírio


Careta é quem pensa que abrir a cabeça é ilícito
abrir a cabeça pra novos ritmos e costumes
outras idéias e vontades
abrir a cabeça para o que foi e o que ainda é
pro que pressente e pro que resume
para as trevas e para as flores
abrir a mente para libertar a alma
sacudir o corpo
numa dança nunca dançada.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Essa estava
essa teve
essa foi
essa nunca deixou de ser
numa conspiração de quem propõe
propôs a noite
convenceu-se de que era sua casa
acendeu um cigarro
e dormiu

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Symphony 9

Traga-me agora. Mas lhe perguntarei de que lado nasce o sol e então?
Partirá desesperadamente meio aos raios e com uma inspiração qualquer, 'só fujo das perguntas, só fujo das perguntas'; repetirá.
Não irei rir porque me julgará racionalmente desesperada. E então?
Correrá frente aos trapos e surgirá uma resposta exacta o suficiente para lhe convencer.
Mas aí sim irei rir. E seu julgamento, seu julgamento irá partir rumo ao inferno!
E então.
Entre estilhaços do novo mundo, irei sorrir desesperadamente. Ou desesperar sorridente.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A vilã.

Não posso dizer que te abandonei,
quando depois de um sonho bonito e triste
acordo confusa. Nem quando durante o dia, minhas lágrimas
resolvem se segurar num canto sem entender o por que.
Não posso dizer que te esqueci, quando sou obrigada a confessar
que aquela musica sempre trará uma melodia nostálgica de um tempo
cruel.
Não poderei dizer que não lembro nem quando estiver nos braços
de quem me acolhe com perfeição e ternura. O que a lembrança trás consigo
é imutável. Transformo o mundo, transformo a mim mesma.
Mas a lembrança.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Piedade das rosas!


Vamos construir uma gaiola. Nem grande nem enorme. Uma gaiola sem nome ou conspiração. Dentro dela uma rosa desejará boa tarde e todos nós, juntos imploraremos piedade. Piedade! Piedade das rosas!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Conhecer o ser humano é enlouquecer. Ter consciência de si mesmo não levaria a qualquer consequencia, se não a loucura. Toda a natureza funciona em perfeita harmonia, sem a consciência da morte, os animais não se importam em matar e matam em nome do instinto. O homem mata pela consciência, pelo fato de não tolerar o inimigo. Para o animal, o inimigo é aquele que ameaça sua sobrevivencia. Para o homem, o inimigo é aquele que afeta suas relações e seu papel na sociedade.
Os pensamentos nos transforma em monstros deslocados num pequeno planeta e sem consciência de nós mesmos funcionaríamos perfeitamente bem. Então por que existir o humano, por que não ser apenas vivo? Será o caos necessário para a realidade?
E quem são os causadores, se não nós?

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A menina atrás da cortina

Os traços parecem tão gastos
fazem pose de fotografia
o instinto, a noite
não julgam
de tempo, foram só dias
e a menina
se esconde atrás da cortina
vê nos reflexos do mar
um refugio, leve jeito de não se encontrar
mas qualquer palavra brota no espelho
se solta
e vai lhe buscar.

domingo, 28 de novembro de 2010

A sinfonia


Partia de manhã, não encontrava no sol o brilho que precisava. Sendo sincero com seus instintos, que mais pareciam loucura do que razão, não precisava de mais nada além da impossível descoberta. E se era impossível por que o fascinava tanto? Escondia-se noite após noite para ver os olhos brilharem. Na primeira vez ficou paralisado, como num sonho. Na segunda noite correu para descobrir a responsável por olhares tão surreais e na terceira andou leve, passo a passo para um outro desaparecimento. Disse tão triste, tristeza necessária e suficiente para a poesia, que seus olhos eram os horizontes que o guiavam pela madrugada. Percebeu que só parado seria possível observá-los. Talvez os olhos soubessem o porque dessa infinita crueldade. Como impedir um homem de correr atrás de seus sonhos e mesmo assim, o deixar feliz.

sábado, 27 de novembro de 2010

O fenomeno dos não-solitários.

Não acredito que alguém não-solitário consiga ser escritor. Perdoem-me, minhas companhias.
Sei que conto com um forte comboio de conversas, interações e gentilezas. Digo-me feliz com isso. Mas o que conta nesse caso é que não sou um não-solitário. Obviamente tal caracteristica não se dá por elogio e sim por necessidade. Afinal, não há ser-humano que se baste ao ponto de ser aturado por todos. Porém, sim, existem seres humanos que tem a necessidade de serem aturados por todos. Eu não sou um deles. Sinceramente, poucos homo sapiens me interessam.
Frequentemente me dou por feliz em estar sozinha. E felizmente, tenho com quem dividir a mim mesma.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Não tem pelo que sorrir

Quem se importa de onde vem as balas? Os pais desesperados não irão raciocinar, as crianças assustadas não saberão de quem estão correndo. Mas todos choram por vidas e por sonhos que morreram em nome da violência.
Deixo aqui meus sinceros sentimentos em nome de todas as vítimas que por acaso ou condição, foram a consequencia de uma causa podre e injusta.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010


A natureza quis me fazer gelo mas numa erupção qualquer do tempo, falhou.
Não satisfeita me fez como o vento mas por ser muito leve, fugi.
Tentou insistente, fazer fogo quente. Mais longe que fui, queimei.
Criou então a areia, as rochas, pedras preciosas. De tanta confusão que criei, expulsaram.
A natureza então resolveu com pele, carne, ossos e todos se perguntaram tão tristes se seria mesmo algo tão certo. Ela sorriu e resolveu. É dúvida, mais nada.

domingo, 14 de novembro de 2010

( )

Arte. A Representação Total da Essência.
Queria eu, no auge da loucura extirpar de mim o que há de mais proveitoso e colocar em cores. Não existe ato de maior generosidade do que a arte.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Na companhia das letras.

O maior erro da minha vida foi executado logo em seu início. Primórdio de erro
e concepção.
Nasci durante o dia e insisto que foi por isso que chorei. Ingênuos os médicos, fotos e família. Pensam que por circunstancias efémeras e naturais, derrubei algumas lágrimas.
Hoje, adulta por lei e sociedade, concederia-me o direito de gozar da noite em sua total plenitude, não há trabalho que me caia melhor do que a escrita. Não me interpretem mal, jamais afirmarei que executo tal oficio com tanta excelência que qualquer outra atividade permaneceria obsoleta em minhas mãos.
Apenas creio que excluindo o amor e a culinária, a noite não me concederia
prazer tão intenso como a companhia das letras.
O silêncio noturno, quebrado por um bater de asas de quem não conhece o dia ou por um choro ingênuo de quem ainda não descobriu a vida. Confesso que me derreto em versos quando a noite sopra um vento frio, não gélido, não quente. Apenas frio o suficiente para que me faça presente a solidão.
E hoje, quando percebo a presença de uma única e perdida estrela dentre a imensidão noturna, não me entristeço. Sei que somos partidas, partilhamos algo no infinito.
Talvez um segredo, talvez uma esperança.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

mais ou menos?

Quem criou o sentido?
Transvestidos de direção, ousam
impor a ética dos desesperados.
O obscuro é realidade! Os sussurros são minha verdade!

Vamos exterminar a lógica!


Os números só fariam sentido se soubessem dançar.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Lás


Estou perdida e tudo se move desesperadamente. Talvez encontre caminho nas dúvidas ou minha certeza guie os acasos. Trapos de lembranças ainda me perseguem e não sei em qual condição irei me salvar.
E quem precisa de salvação?

Por que não guiar minha existência, dançar com as canções e com os cosmos, inventar lembranças e criar experiências? Irei tatuar marcas de solidão e nelas enxergar quem me deu abrigo.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Sou não somente o que expresso mas viro expressão. Tão complexo é meu sentido, como todo resumo é alucinação. Tranco-me e brotam em mim mil máscaras convertidas. Silêncio, silêncio, é preciso transes de transição.
Eufemismo pobre é explosão tão quieta. Minha. Sou só minha numa possessividade extrema. Por favor, divida-me!
Voltarei a mim mesma. É promessa.

domingo, 3 de outubro de 2010

A verdade do erro


Desde os primórdios da existência humana, somos estimulados a acertar. Independente da época, lugar ou sistema, o acerto sempre foi o objetivo central do homem.
Em contra partida é quase unânime a opinião de que a sociedade nunca acertou de fato. Levando em conta que o erro é o erro do acerto, o acerto seria o erro do erro. Esta constatação só leva a crer que devemos abaixar as bandeiras, inverter os paradigmas e reformular nossos conceitos.

Vamos estimular o erro!
Dois países entram em guerra porque sua ideologia é a mais certa, porque é evidente que o correto é conquistar mais territórios. Uma pessoa morre de fome porque alguém acertou mais do que deveria e a criança aprende desde cedo as artes da cola porque seus erros serão condenados.
Erro é arte! Desde sempre pintores e poetas tentam nos mostrar isso, representando em suas obras o inverso daquilo que é considerado normal ou fiel a realidade. Aceitando a verdade do erro, a sociedade evoluirá em grandes passos. Conflitos cessarão, marginalizados deixarão de serem marginais e dois mais dois poderá muito bem resultar em cinco com uma aceitação admirável.
Fica evidente que a oposição se revoltará e dirá que na constante busca do erro vamos acabar errando de verdade. Pois estão enganados; a lógica confirma que na intensa busca do que é errado, o acerto será uma falha recorrente.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010


A questão era simples, há um retrato idêntico a ela. Mas considerando tempo suficientemente retrógrado para reconhece-la e coencidencia insistentemente disponível para encontrá-la aqui, neste vilarejo sem permissão ou ousadia, jamais entenderei como sua figura construída com pincéis e tintas desconhecidas, veio sucumbir meio ao meu destino.
Veja eu, o que as surpresas não fazem, abro mão do meu ceticismo para falar em destino. Num relance qualquer interrompo com brutalidade a refeição do mal amado e pergunto:
- Quanto custa esse, com a moça de olhos castanhos?
- Esse daí baixou o preço, o senhor me oferece o que tiver.
Saquei algumas moedas do bolso e parti, sem saber a razão ou o notório motivo de nosso reencontro.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Nesse jogo de palavras tão comuns,
não serei dramaturgo pra ensaiar meus olhares.
E num desvio talvez me denuncie,
confesse que me assusto
ao saber que um dia,
uma hora será lembrança.
E terei que ser poeta pra ver na história
uma saudade.
Poderia parar
que mesmo por aqui
seria belo.
Pois não o farei,
me rendo aos versos
mas me entrego a essa obsessão fatal
que costumam chamar loucura.

sábado, 11 de setembro de 2010

seu olhar


Dispenso seus traços , me entrego aos meus embaraços e devoro o momento tão incerto.
Os gestos, meus tratos,
entrego as vontades repletas.

Repleto,
repito

meu mundo,

minha sina.
Canção tão calma,

dispara
as veias,
artérias

e mil corações que não sabia que tinha.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

vastidão, vastidão



Despertei na escuridão. Não havia uma luz sequer.
Vaguei pelo vazio negro e na procura de anjos ou divindades,
não encontrei ninguém.
Numa auto-perseguição me deparei com eles.
Eram tantos, dispersos e inversos do que fui,
se encaixavam perfeitamente a mim.
E eu pensei que haveria medo!
Pobre de mim, nem um medo encontrei.
Havia o bem, havia o mal
a desilusão
o amor também.
E num reflexo preguiçoso do tempo,
acendi a luz
com a voz tão vasta,
de tombriedade exausta,
exclamei:
- adeus pensamentos!
vagarei sozinha na imensidão de mim mesma.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Companhia.


Minha angustia nasce a alguns instantes do pôr do sol
Talvez essa tonalidade que só os artistas retratariam com beleza,
me faça perceber que não aproveitei o dia como deveria
e que meus artifícios para fazer da noite algo ideal,
são altamente escassos.
Poderia dizer que só a arte e o blues me afastam da solidão.
Estaria mentindo.
Só a arte e o blues fazem a solidão ser extremamente prezerosa.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010


Explodo e a evidência diz que não há estranhamento quando as palavras resolvem me conter. Se não as fossem, sentiria mais frio do que sinto por estar entregue a solidão. Nessa enfermidade interminável, procuro um consolo. Detesto o calor do dia a dia, o frio é necessário para a aproximação. E mesmo nesta insistência, numa suplica silenciosa continuo com frio. Coloco mil e uma cobertas e despenco na noite gélida. Acordo querendo estar sozinha. Querendo acordar sozinha. Estando sozinha e querendo acordar. Acordando pra deixar de querer.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Até onde?



A partir de agora, percebo que criticar virou "sacanagem". Vindo de um grupo de liderança que se apoia em suas raízes sindicais, a última coisa sacana que deveria existir é o direito de protestar. Infelizmente é assim que o nosso querido e eleito governador Sérgio Cabral se refere a um garoto que com devida coragem e controle ousa falar diretamente o que lhe aflige.

Mas de que importa a população de baixa renda não poder usar uma piscina se é o Brasil que vai sediar as olimpíadas? E sem dúvidas vários estádios vão tomar conta dos jornais e o mundo vai elogiar um país que cresce.
É repugnante observar a ilusão e a cegueira que move a indústria das necessidades. Foi-se o tempo em que o comum era esconder o álibi da covardia, hoje tão exposto é o descaso quanto representada é a sujeira.
Que este vídeo seja um fator decisivo como representação do que acontece hoje em nosso país. Até que ponto a democracia vai nos configurar? De que adianta tanta liberdade se o forte vento já quebrou nossas próprias asas?
Eu até pediria pro Brasil mostrar a cara, mas acredito que com tanta sujeira vai ser difícil alguém abrir os olhos.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Salvo agora

Recordo-me do que recordarei com fadiga, coisa tão amarga, coisa tão antiga. E se vivi, fiz passo a passo um filme de amor. Amores esses que vivo em mente, tão tristes, tão quentes.
Nesse desespero que me move, transformo dor em calmante. O que me acalma é o som do balanço do meu corpo.
Tanto barulho me enlouquece, quero o egoísmo sempre a dois. Meu corpo amargo pede uma melodia alegre e nesse contraste,vou me destruindo frente ao silêncio.
Onde está minha voz? Onde estão meus gritos? Enlouqueço, implosiva sinto a explosão das emoções que me rodeiam.
Ah, estes passos, tiroteios de alucinações. Sempre revestidos, nunca ensaiados. São meus traços, minhas publicações.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Refrão.


São pétalas, paradas como o fim de uma canção. Paro como a música que me espanta, caminho junto a estrada que me comove. Ser triste não é assim, como diria uma virtude. Se render a tristeza nos gera o prazer da surpresa e o desprazer de ser poeta. Pois num canto suave, canto pra espantar os vestígios perfeitos de um passado real. Coisa que um sujeito, coisa viva, coisa tal que respira tanto quando entende. E se por um acaso prende, acaba sentindo. O sentido que falta na ausência do entendimento de uma vida.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Ou em azul, quem sabe.


Assim, como ser poeta só a luz da lua. Poeta que consegue palavras de amor, seja qual for o amor que ele vive. Porque poesia é transposição, ser alegre tarde, ser sutil ao dia. E nascem os versos quando se seguram as lágrimas, nossa tristeza é só inspiração. Seu manto quente, o quanto antes, sou atenta ao tempo. Que passos esperneiam tão bem um sujeito vulgo? Sujeito estranho, se entregou, virou estrofe. Não sai mais de casa, prendeu o dedo as folhas. Será um sonho, uma amada? Ou será a pena que sente pena, de um amor tão simples ser notificado.

domingo, 4 de julho de 2010

Nado por um mar cinza de testura grossa que me cega aos ventos, sem resolução. Um coração tão vasto se entrega as águas e terras estranhas são minha direção. Tão incapaz aos céus me parece o arco, passo por ele como quem não é. Pois ser algo certo nesta vastidão tão triste, é como pintar retratos numa vida antiga.

sábado, 26 de junho de 2010

Tranco as portas de qualquer lugar que me ofereça refúgio, simples causa, como fujo?
Quem poderia me salvar. tocar um hino cruel de falsa delicadeza. Quem me permitiria fugir, se não vejo caminhos. E todos que tenho, nenhum deles me transforma, serei sempre fraqueza, impunidade. Não tenho tristeza por poesia, tenho por raiva, intuição. Sou assim, tão baixo quanto pensas, coisa exacta, resolução.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

O que não tem remédio, nem nunca terá.

Acho que de uma vez será, contato assim a mim mesma. E junto comigo, sofro, sorrio. Este calor que só, eu entendo. As cores que depois dos olhos, transformam-se. Será que virá lembrança, poesia, ousadia. Será que virará tormento e assim viverei numa tristeza enlouquecida? Será que viro estátua, beleza esquecida?
Pois essa existência me fez pecar. Peco com a consciência excessiva, a coragem abstrata, o individualismo incapaz. Peco com a tolerância, com a paciência.
Peco com os olhos, olhando purezas impróprias. Peco com as mãos, com os sentidos. Pego com o coração um pecado qualquer. E os ofereço. Fique com meus pecados mas livre o coração.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Licença poética


Começo pedindo que não seja muito cruel. E com toda minha humildade, espero que meus erros tenham sido construtivos, caso contrário rezarei para que sejam ao menos engraçados. Não enxergue com um desprezo qualquer e muito menos com um sentimento nostálgico. Fiz o que pude, porém já fiz e responsabilizo-me no instante do ato. Sei que pode haver o mínimo de admiração, desde então agradeço e peço sinceramente que não me decepcione. Eu já tentei o que tentei, errei o que errei e consegui o que conquistei. Mas você, você nem existe ainda e por isso traz consigo os nobres raios da esperança. Pode ser que sejamos amigas e que em mim, veja algo em que possa se apoiar. Assim como faço hoje em dia. Pois não se irrite. É inusitado um ser sem experiência alguma, tentar lhe dar algum conselho. Sei como você se comporta, se desprezando, ora essa, e fingindo achar-se melhor até em comparação ao que foi antes de ontem. Mas não se irrite. Sei que não vai se irritar, trago comigo minha licença poética.

sábado, 12 de junho de 2010

O que não sai na Tv.

Antes que me perguntem, não sou pró-Palestina, não sou pró Israel. Sou contra o monopólio das informações distorcidas que a mídia oferece e principalmente contra qualquer tipo de preconceito, independente da etnia ou grupo social. Abaixo segue a carta de uma brasileira que serve o exército de Israel como médica e presenciou todos os acontecimentos em tempo real.






"Oi a todos!!
Primeiro quero agradecer a todos os e-mails preocupados. Eu estou bem, ótima. Eu peço desculpas por não escrever mais frequentemente, mas no exército é assim. Não temos tempo para nada.
Sei que todos já estão cansados de ouvir falar do que aconteceu em Gaza nesta semana, mas como ouvi muitas asneiras por aí, resolvi contar a vocês a minha versão da história. Eu não quero que pensem que virei alguma ativista ou algo do gênero. Eu continuo a mesma Ana de sempre. Mas por ter feito parte desse episódio, não posso me abster de falar a verdade dos fatos.
EU ESTAVA LÁ! NINGUÉM ME CONTOU. NÃO LI NO JORNAL. NÃO VI FOTOS NA INTERNET OU VÍDEOS NO YOUTUBE. VI TUDO COMO FOI MESMO, AO VIVO E COM MUITAS CORES.
Como vocês sabem, eu estou servindo com médica na medicina de emergência do exército de Israel, departamento de trauma. Isso significa: medicina em campo.
4:30h da manhã de segunda-feira: meu telefone do exército começa a tocar. Possíveis conflito em Gaza? Pedido de ajuda da força médica, garantir que não faltarão médicos. Minha ordem: aprontar-me rapidamente e pegar suprimentos, o helicóptero virá me buscar na base.
No caminho, me explicam a situação. Há um navio da ONU tentando furar a barreira em Gaza. Li todos os registros fornecidos pela inteligência do exército (até para entender o tamanho da situação).
- O navio se aproximou da costa a caminho de Gaza. O acordo entre Israel e a ONU é que TODOS os barcos devem ser inspecionados no porto de Ashdod em Israel e todos os suprimentos devem ser transportados pelo NOSSO exército a Gaza. Isso porque AINDA HOJE, cerca de 14 mísseis tem sido lançados de Gaza contra Israel diariamente. E não podemos permitir que mais armamento e material para construção de bombas seja enviado ao Hamas, grupo terrorista que controla gaza. Dessa forma, evitamos uma nova guerra. Ao menos por agora.
- O navio se recusou a parar. Disseram que eles mesmo entregariam a carga a Gaza.
- Assim, diante de um navio com 95% de civis inocentes (os outros 5% são ativistas de grupos terroristas aliados ao Hamas, que tramaram toda essa confusão), Israel decidiu oferecer aos comandantes do navio que parassem para inspeção em alto mar. Mandaríamos soldados para inspecionar o navio e se não houvesse armamento ele poderia seguir rumo a Gaza. ESSA FOI UMA ATITUDE EXTREMAMENTE PACIFISTA DO NOSSO EXÉRCITO, EM RESPEITO AOS CIVIS QUE ESTAVAM NO NAVIO. E, SE NÃO HÁ ARMAMENTO NO NAVIO, QUAL É O PROBLEMA DE QUE ELE SEJA INSPECIONADO?
- Os comandantes do navio concordaram com a inspeção.
5:00h - Minha chegada em Gaza. Exatamente no momento em que os soldados estavam entrando nos barcos. E FORAM GRATUITAMENTE ATACADOS: tiveram suas armas roubadas, foram espancados e esfaqueados. Mais soldados foram enviados, desta vez para controlar o conflito. Cerca de 50 pessoas se envolveram no conflito, 9 morreram. Morreram aqueles que tentaram matar nossos soldados, aqueles que não eram civis pacifistas da ONU, mas sim militantes terroristas que comandavam o grupo. Todos os demais 22 feridos entre os tripulantes do navio, foram ATENDIDOS E RESGATADOS POR NÓS, EU E MINHA EQUIPE E ENVIADOS PARA OS MELHORES HOSPITAIS EM ISRAEL.
- Entre nós, 9 feridos. Tiros, facadas e espancamento. Um deles ainda está em estado gravíssimo após concussão e 6 tiros no tronco. Meninos entre 18 e 22 anos, que tinham ordem para inspecionar um navio da ONU e não ferir ninguém. E não o fizeram. Israel não disparou nem o primeiro, nem o segundo tiro. Fomos punidos por confiar no suposto pacifismo da ONU. Se soubéssemos a intenção do grupo, jamais teríamos enviados nossos jovens praticamente desarmados para dentro do navio. Ele teria sim sido atacado pelo mar. E agora todos os que ainda levantam a voz contra Israel estariam no fundo mar.
- Depois de atender os nossos soldados, me juntei a outra parte da nossa equipe que já cuidava dos tripulantes. Mesmo com braceletes dizendo MÉDICO em quatro línguas (inglês, turco, árabe e hebraico) e estetoscópios no pescoço, também a nós eles tentaram agredir. Um deles cuspiu no nosso cirurgião. Um outro deu um soco na enfermeira que tentava medicá-lo. ALÉM DE AGRESSORES, SÃO TAMBÉM INGRATOS.
- Eu trabalhei por 6 horas seguidas atendendo somente tripulantes do navio. Todo o suprimento médico e ajuda foram oferecidos por Israel.
- Depois do final da confusão o navio foi finalmente inspecionado. LOTADO DE ARMAS BRANCAS E MATERIAL PARA CONFECÇÃO DE BOMBAS CASEIRAS. ONDE É QUE ESTÁ O PACIFISMO DA ONU???
- Na terça-feira, fui visitar não só os nossos soldados, mas também os feridos do navio. Essa é a política que Israel tenta manter: nós não matamos civis como os terroristas árabes. Nós não nos recusamos a enviar ajuda a Gaza. Nós não queremos mais guerra. MAS JAMAIS VAMOS PERMITIR QUE MATEM OS NOSSOS SOLDADOS.
Só milionário idiota que acha lindo ser missionário da ONU não entende que guerra não é lugar para civis se meterem. Havia um bebê no barco (que saiu ileso, obviamente): alguém pode explicar por que uma mãe coloca um bebê em um navio a caminho de uma zona de guerra? Onde eles querem chegar com isso? ELES NÃO ENTENDEM QUE FORAM USADOS COMO FERRAMENTA CONTRA ISRAEL, E QUE A INTENÇÃO NUNCA FOI ENVIAR AJUDA A GAZA E SIM GERAR POLÊMICA E CRIAR AINDA MAIS OPOSIÇÃO INTERNACIONAL. E CONTINUAM SEM ENTENDER QUE DAR FORÇA AO TERRORISMO DO HAMAS, DO HEZBOLLAH OU DO IRÃ SÓ SIGNIFICA MAIS PERIGO. NÃO SÓ A ISRAEL, MAS AO MUNDO TODO.
E o presidente Lula precisa também entender que desta guerra ele não entende. E QUE O BRASIL JÁ TEM PROBLEMAS DEMAIS SEM RESOLVER. TEM MAIS GENTE PASSANDO FOME QUE GAZA. TEM MUITO MAIS GENTE MORRENDO VÍTIMA DA VIOLÊNCIA URBANA NO RIO DO QUE MORTOS NAS GUERRAS DAQUI. E PASSAR A CUIDAR DOS PROBLEMAS DAÍ. DOS DAQUI, CUIDAMOS NÓS.
Eu sempre me orgulho de ser também brasileira. Mas nesta semana chorei. De raiva, de raiva de ver que especialmente no Brasil, muito mais do que em qualquer outro lugar, as notícias são absolutamente destorcidas. E isso é lamentável.
Não me entendam mal. Eu não acho que todos os árabes são terroristas. MAS SEI QUE QUEM OS CONTROLA HOJE É. E que esta guerra não é só contra Israel. O Islamismo prega o EXTERMÍNIO de TODO o mundo não árabe. Nós só somos os primeiros da lista negra.
Por favor encaminhem este e-mail aos que ainda não entendem que guerra é guerra e que os terroristas não são coitadinhos.
Eu prometo escrever da próxima vez com melhores notícias e melhor humor. Tenho algumas boas aventuras pra contar.
Um beijo a todos
Shabat Shalom
Ana"

terça-feira, 8 de junho de 2010

Por que não?


Se tivéssemos sido obedientes e seguido as orientações da natureza, não teríamos inventado os números. Os números não são importantes para a sociedade, são importantes para uma sociedade que segue um sistema baseado em números. E de certo um dia descobriram que entender a essência do ser humano é difícil demais, pois vamos identifica-los por números!
O aluno é o numero da chamada, o empresário é a quantidade de lucro, a casa é o numero do apartamento. Por que não figuras? Por que não emoções? Por que não a eternidade?
Viveríamos perdidos no infinito e com uma ajuda interior ou exterior, nos encontraríamos por palavras. Sejam elas boas ou ruins, belas ou terríveis ou até positivas ou negativas, por que não? Por que não uma sequência de cores? Viveríamos com arte! Por que não sequência de palavras? Viveríamos romances! Ou quem sabe emoções?
Se transformariam em gigantescas poesias!
Mas números?
Milhões de números resultam em milhões de contas, que resultam em milhões de números!
Não vejo nada mais sem graça; Chegou a hora de criar um novo extermínio onde as pessoas não morrem, criam!
Morte aos números! Vamos criar a sociedade das questões!

domingo, 6 de junho de 2010

Não importa o dia e caso a noite entre como amante, será melhor do que o esperado! Raios solares que sucedem momentos de prazer serão bem vindos. Não irão refletir a própria imagem no espelho, acompanhada de uma companhia lírica não menos real. Pois se o compromisso não vier, hei de me comprometer com o mundo! E serei dele tão fiel como seriam as estrelas brilhando em vermelho intenso.
Pois então, se as estrelas fossem vermelhas, que forma teria a vida?

segunda-feira, 31 de maio de 2010

auto reflexo qualquer


Sou reflexo sutil da solidão, e tenho estado num estado tão comum que nem percebo. Entregaria-me, assim, de braços dados a qualquer momento feliz. Viveria nele e seria fácil. De um momento encantaria-me observar seus traços, sejam eles bruscos, de olhares baixos, frios ou qualquer adjunto distinto. Seria tão melódico e por sons brincaria com energias, congelaria qualquer sorriso e viveria. Por que não?

domingo, 30 de maio de 2010

espaço

Será preciso, e assim de uma hora pra outra desaparecer sem ao menos notar. Em que complexo encontro meu refúgio? Em que conquista reencontro meu motivo?
Pois penso, será a intensidade tão verdadeira ou o pensamento criará a verdade? Se for, ah, se for.
O que me faz querer, e se quero onde chego? Pois se quis, o que consegui além de palavras? Tão bem postas, não nego. Mas vazias, soltas dentre uma energia gigantesca por não saberem alcançar o caminho certo. Certo esse, chamo amor.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

pois sim

Mas afinal, o que falta? Pois diria, está tudo aí. Armado e feito.
Numa balada que balança os passos e embala contradições.
Tenho as frases já escritas, até o olhar decorei num só estalo.
Um abraço e duas questões, quantos gritos já ensaiei.
Funciona feito filme, com roteiro, poesia e tragédia.
Perdoe-me o engano, drama instantâneo.
Como não teria beleza?
Terá também perdão, sem ele não há presente.
Tem destino, tem escolha, psicologia, referencia, objeto e decoração.
Só falta o tempo, simples questão.

domingo, 23 de maio de 2010

Não somos?

Como proteção, hei de selar meus pensamentos. As correntes que me perdoem, mas serei livre frente a alienação. Esta opção sincera de não optar, deixar de lado.
Ah, mas que covardia! Terei a coragem de me admitir covarde. Pois sim. E quem ousará junto a mim?
Sem frequência, uma tal verdade. Mas ora essa, quem inventou tal maldade? Vamos mentir, mentir todos juntos! Jurar alegria, pensar mal dizeres e falar poesias!
E não é esse nosso mundo? Tão próprio, imundo. E essas orações, nossos sujeitos não oram por zelo. Rezam por terror, ordem, medo!
Que reino dos céus nos acolheria? Somos covardes! Pois somos.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Peço licença, antes de entrar.


Eu responderia que o olhar por quanto quero é só meu. E que enquanto espero, crio num relance repleto, um mundo deserto tão meu. Mas a sociedade das pinturas, essas pessoas aprisionadas nas artes, esculturas; criam vida e libertam-se só pra me contar. Que sentem-se assim, libertos e presos junto a mim. Em cores tão sincronizadas, vivem de uma beleza tão errada e fingem gostar da solidão. Uns vivem muito acompanhados, mas estão presos, coitados! Já eu nem sei que arte me acolhe. Estaria eu acorrentada entre versos, duplamente amarrada sem riscos de fugir de uma metáfora, coisa essa que enfeita e desenfeita meu final. Pinto azul num poema triste e escrevo torto num quadro belo, entrego-me tão solta junto aos sonhos e dele sou abrigo tão simples e sincero.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

não tenho tanto tempo assim

Por um suspiro do tempo me vejo flutuando perante a realidade que me persegue.E sem olhar em volta percebo-me com chumbo nos pés, minha vontade é incerta, a resultante da angustia é a impotência. Parada, por um suspiro do tempo.
Onde estão as asas que me levavaram pra longe? Agora o peso que me prende é cruel. Iria pra qualquer lugar e voltaria feliz por esquecer o que se diz real;
Mas não sei em que colo deitar, em que ombro sofrer, com qual dos olhos chorar.
Gostaria eu que minhas lágrimas se juntassem ao mar, quem sabe assim minha tristeza serviria de beleza para alegrar a vida de alguém.

domingo, 25 de abril de 2010

Quem são eles, quem somos nós?


Pisamos num chão que não é nosso. Faz tempo mas a gente nem percebe. As cores tão diversas viram cinza. Cinza triste só de resto e injustiça. Hoje quem canta são os gritos excluídos, foram embora melodias e apitos. São diversos os protestos, impurezas. São repletos de maldade e incerteza. E quem dança nessa nova labareda? Não vem fogo, nem alegria da fogueira. A chuva cai de maneira tão lavada, do mesmo papo, o discurso da folhagem. Folha suja que não cresce nem em árvore, aquela mesma que os brancos já mataram. E o teto de tão frágil tem verdade. Povo justo, fez do silêncio sua maldade.

toque frio

Como crer na humanidade pobre, rica de inércia e fascinação. Acreditar numa realidade fria e tão deserta de conspiração. Como surgir de um sono profundo, acordar sem medo de desilusão.
Sem discrição o que há de errado? Tudo tão certo, tão estável, digo.
A gula alterna a arte, poesia morta eu varro ao chão. É tão silêncio, silencioso amigo que fecha os olhos, prepara o tiro.
Palavras tontas sempre me acompanham. Embriagam-me ríspidas só de beleza e preparam-me lentas para o trovão.

sábado, 3 de abril de 2010


Não é do amor que sinto falta. Sinto falta dos gestos exclusivos que a paixão gera entre duas pessoas.
Necessidade. Essa vontade. O mundo, tão grande que engole a mente. E nos obriga e querer ser livre. Pra que soltar tanto movimento?
Por que não:
P-A-R-A-L-I-S-A-R.
E ler assim, cada gesto em letra.
E fazer assim, cada arte em tempo.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Minha entrega.


Agora o corpo cansado fala o que os olhos nunca viram mas por um motivo qualquer, hoje conheceram. Aquela criança que brincava tão por brincar, como se pensasse que o que a vida manda a gente obedece. Não que não houvessem momentos felizes, mas era ocupada demais com a tristeza para entender a felicidade. E pra ser mais sincera, não entendia muita coisa não. Vou lhe confessar que era mais fácil e o estilo de palavras será sempre minha prova. Numa estrada tão bonita e em seus olhar lamentações por saber o que virá a se tornar. Não digo por conservadorismo ou caretice. Só digo que hoje não é mais tão poético. O que fazer, agora? Será que minha vida se tornou um drama?

quinta-feira, 25 de março de 2010

Transgressões progressistas


Já chega o que bastará, transgredirei se for preciso, arrombarei portas impermeáveis e sei que assim estrelas brilham mais forte. Do que basta um amor não vivido, um herói não criado? Não basta ser, não continuo meu tempo sem tentar. A hora do dia instala percepções sem sentido e a criação de uma força tão forte quanto eu me faz pensar, repensar e chego a conclusão que sou só amor. Essa genialidade, esse torpor, essa maldade! Ó mundo, quem te cria, te vive. Inventei umas canções de amor, proseei uns versos sem nexo e já sinto-me uma amante crucial. Contrario Frida, esqueço meus pés e me pergunto: Pra que preciso dançar, se vivo sem medo? Que seja meu corpo, movimentarei a alma!

domingo, 21 de março de 2010

Um motivo a mais.

Surpreendo-me com o barulho do ventilador e me questiono se foi ele que aumentou ou eu que só o percebi agora. Pretendo me despedir o mais cedo que der e sei que ela vai querer dar uma festa, vai falar que tempo longe é tempo eterno e que a saudade é a fronteira mais distantes. Aquela gringalhada vai aparecer, o convidado de honra vai faltar e a vontade que eu tenho é de subir pro quarto o mais rápido possível.
O que me alegra são as crianças, não que eu brinque muito com elas ou faça tão pouca festa quanto faço pra cachorros. Mas tenho que admitir que os olhares infantis são admiráveis. Olhares que não aprenderam a mentir.
A mala está pronta uma semana antes e o meu chefe acha que já viajei. A música parece um pouco mais calma e as pessoas começam a agir como se eu já não estivesse mais lá. Olho para um antigo livro de biologia e percebo que dentro daquela enorme casa tão bem decorada, este é um objeto que apesar de nunca ter tido um contato mais próximo, sempre reparei.
Antes de sair de casa me despeço com um abraço daquele pessoal que nunca gostou de você, mas que quando você está de partida começa a reconhecer o quanto você é uma pessoa admirável. Que vá pro inferno, você e a sua percepção do que é admirável.
Dou um beijo nela e peço pra esperar minha ligação. Vou ligar assim que chegar pra poder dizer quando volto. Sei que ela não vai dormir, vai atender tão afoita qualquer ligação e quando ouvir minha voz e perceber que vou demorar, vai deitar e descansar feliz. Fui eu que disse ' isso não é tempo que se espera, é tempo que se aceita.'

quinta-feira, 18 de março de 2010

Quase um segundo

Vou vivendo como quem não perde nada e nessa existência tão de passagem, me pergunto se há o que faltar. E te olhar assim tão de perto, faz meu coração bater tão discreto que até me questiono se ainda está lá. Essa melodia tão bonita, essa luz presente que presenteia nossas vidas e uma poesia baixa, com um tom degrade. Mas meus olhos as vezes brilham e eu me envergonho vez ou outra por parecer tão menor que eles.
Essa indecisão que as vezes parece amiga, dou a volta, vivo a vida. Mas a lembrança será fiel. Sei que essa sim fará o sutil pacto eterno entre nós dois.

sexta-feira, 12 de março de 2010

por um

Vem, deixe-me olhar pela ultima vez desta maneira cega, com este olhar suposto que não diz além do que pensamos. Deixe-me agradecer por não enxergar tanto tempo assim, e não sentir no embalo todo, um coração tão firmemente estabilizado.
Talvez o mundo me agradeça e por um segundo até esqueça, a inspiração que me fez voar. O sofrimento fica tão sozinho, e com pena dele eu me fortaleço para alcançar um tempo que me fez parar.

quinta-feira, 11 de março de 2010

[... ]

Percebia visivelmente, e para minha vista não era necessário entender que ela fazia aquilo mais por sadismo do que por razão. Mordia lentamente um pedaço e a cada mordida renovada colocava um novo pingo de pimenta. Eu, devia dar-me por satisfeito. Esperava da maneira mais honesta que ela olhasse para mim e dissesse que cozinho terrivelmente mal, que só comeria aquela comida horrorosa, ou por fome ou por caridade.
Não sei se nem um ou nem outro, só sei que lá estava. E colocava aquele molho vermelho que eu tanto detestava, tanto por seu gosto quente quanto por sua lembrança gélida.
"Tenho esse molho aqui só por sua causa".
Ela, olhando como quem não tem muito o que perder, respondeu
"Suas declarações de amor são sempre tão comoventes"
Minha vontade era verdadeira, tinha certeza que apesar da idade, nunca fui tão velho assim. Ah, se eu pudesse, a jogaria longe daquela mesa e faria com total certeza o que deveria ser feito. Mas não o fiz.

quarta-feira, 3 de março de 2010

.

Me colocarei agora diante do céu azul de corpos apaixonados. E quem diz que se apaixonar é algo dualista se engana, a paixão que se sente dentro se mostra afora e dentre a rua de inovações cotidianas se enxerga em cada olhos, o reflexo de alguém que já amou. Sem ter tido até então, algum abraço tão contínuo , que me abrace e continue a me cercar, sei que amar é em qualquer tempo e que o tempo nem se cansa, fosse breve se cansasse.
Sei que tudo é tão vazio, que sem dor meu corpo é frio, porque dor é também gostar. Mas me envolvo a cada passo e convenço o embaraço de dizer 'te quero bem'. Querer bem. Só imagino um ser completamente louco para 'querer bem'. Quem quer, quer por querer, quer por ter, pra aproveitar. Quem quer bem quer por bondade, compaixão, diversidade.
Só o amor junto os traços mais complexos, verbos e substantivos semi alternos. Só o amor tem a distância; mas que cria semelhanças, com o fervor que aproximou.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

nada ausente, próximo futuro

No momento a aspiração me parece familiar, contradições só me atacam quando olho rapidamente para traz e não percebo qualquer variação de estado. O que sinto, como outro não se foi. Como esse fim nostálgico se faz presente, se de verdade nunca o vi ?
Então quem sabe é fim corrupto, é dor contínua, conspiração. Meu desempenho transgride o tempo, mas me enfrento com transição. Não é tragédia ou covardia , só um processo de falta ao chão. Mas enfrento, enfrento, enfrento-me com rédeas curtas, abraço-me pois me exalto.
Ah, tão distante essa confusão, tudo permanece calmo, nem o clima se entristece. Tudo permanece cinza, nem o sol hoje me machuca. O mais terrível, mais brutal, só a razão não explicaria, a dor não some com as palavras, o princípio não se desenvolve com a teoria. Cuspiria versos frente ao desespero e continuaria sóbria perante meu consolo curto.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

...

Não gosto desse simetria programada, esse culto ao idealismo social. Que mistura ingénua! Misturar conceito com amor...

sábado, 20 de fevereiro de 2010


Despedaço-me junto ao inconsciente de Dali. Se pudesse dar luz a outra história, nasceria tinta, viveria cor. Construo-me na vivência do pós-guerra , onde guerras não são distantes, são presentes, vivas e constantes. Quem dera mergulhar em arte, ser puro tom de tristeza só em nome da beleza.
O azul de tão triste está em meus olhos, misturo o mergulho dos pensamentos nobres e construo meu quadro intenso de perfeição.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Seja discreto. Existe um universo inteiro que me rodeia, luzes acesas que me observam e questões incessantes que me alucinam. Pelo que vejo qualquer calor é inspiração, os suspiros que acompanham minha vida, são melodias improvisadas para uma trilha sonora completamente lúcida. O ritmo da dança não é costumeiro, sua voz balança meu corpo inteiro.
Como em um instante o mundo resiste em me convencer? Não sou o mundo! Sou você.
E o que resta, então? São gritos reprimidos, conversas desgastas, olhares e mãos erradas;
São só conclusões, o que será minha inspiração?
Basta, já basta.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Como se bastasse nosso encanto, minha recuperação rápida e jovial já não dá mais conta. Entrego-me dramaticamente a uma representação qualquer e com minhas transpirações filosóficas construo mais um dia confortável. Quem sou eu para falar de conforto, quem sou para fingir que vivo de uma maneira única. Mas não me importo, não me mobilizo com a loucura se seus olhos me encaram e eu como uma fugitiva, fujo da maior verdade que é te amar. Não me sustento com adjetivos fortificantes, já cansei da perfeição distante, permita-me usar a ousadia por alguns instantes mas eu quero a perfeição, quero manifestações concretas e mundanas. Não acredito que me tornaria menos notável por causa disso.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

...des espero

O que desespera não é a consciência do desespero, é a realidade que ele propõe. Não trocaria meu estado constante por algo qualquer, meus instintos que movem o mundo e sei que gritaria com uma velocidade sobre humana para que minha voz chegasse perto da realização. Que frequência precipita a dor de um precipício, vejo-me tão próxima e assim em uma constatação de segundos finalizaria um processo tão longo e qualificado. Conto uma vez, o impulso não pode falhar. Respiro longe de mim, suponho três vezes não acreditar. Não salto, não fujo. Permaneço intacta perante a suposição. Frequentemente me questiono se não seria esse o retrato mais fiel do tal,

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Antenas existenciais.

Entre pensamentos cotidianos que desciam junto a água, a avistei com seu passo lento e minucioso perdido dentre o vazio de um ladrilho branco. Confesso que a imagem com a qual me deparei era demasiadamente triste e por um segundo qualquer de reflexão percebi um espelho que nos unia de uma forma misteriosa. Não éramos então iguais? Sentindo a temperatura ora quente, ora fria da água, estávamos paradas dentro de um universo gigantesco e desconhecido para ambas. Talvez eu estivesse em desvantagem, para mim solidão não é apenas um instinto, estava só e acompanhada. Nós duas, eu com meus pensamentos e ela com suas antenas que neste piscar de olhos já relutava em viver. Em um segundo pensei em matá-la, mas não seria possível. De tanto nos olharmos, nos tornamos íntimas. E num ato instantâneo de crueldade, desliguei o chuveiro e parti.
A formiguinha permaneceu sozinha, como sozinha sempre esteve. E sem razão suficiente para esperar a sua morte, eu que ganhei a consciência de seu fim solitário.
Eis a desvantagem de ser um ser humano.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Meu motivo.


Vamos dramatizar nosso passado e expor com vontade tudo aquilo que as palavras já negaram. Essa impaciência irreal que nos persegue dentre criações só resiste ao tempo devido as dúvidas, e senão elas, quem nos abrigaria dentre o desespero?
Esse reflexo de realidade, esse vai e vem de instabilidade nos faz perceber as cores mais vivas apenas quando os olhos se fecham. E de que adiantaria fazer do momento prisioneiro, se em troca desse estado inalterado do ego, receberíamos um simples pedido de desculpas da vida?

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

nem tão velhos

Há de haver em algum espaço uma esfera constante e ingénua que repete desejos com frequência surreal. Serei eu essa esfera ou a construo sem saber? Somos todos , não discretos, um fruto amargo que brota sem crescer?
Mas não ouso em pensar, meu mistério é necessidade de saber, o amor de olhar depois que sente, me encontra em um canto sem querer. E cantar com seriedade, mostrar desejo de liberdade, o ser livre só se ilude e eu me calo pra mostrar. Fruta fresca na minha boca, seu sabor me faz pensar:
quem criou a perfeição, sinto algo podre e a jogo fora, sem motivo nem razão.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Queres tempo? Pois tome! Dou-lhe o tempo que precisa para pensar. Mas quem pensa não tem tempo certo ou pensado. E pra mim, basta saber que se torna indiferente qualquer referencia temporal a respeito de meus devaneios. E são todos bem vindos, dou esperança a quem já foi e como louca me digo que sou, falo também para quem será e conto uns passos e amasso pra quem ainda é.
Tudo que vivi pode ter sido uma palavra, impressiono-me profundamente com o mistério das quatro letras.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Cartas ao céu.


Resisto em confessar mas a ardência dos olhos não me permite mentir. O que fazer se o cenário de nosso amor não é o mais adequado, se o tempo foi injusto ou o que digo é dispensável. Me sinto como um verso nunca lido, uma paixão não declarada, uma tristeza não vivida, uma vida não usada. O que fazer se foi-se a época, se as lágrimas me acompanham. Sou um drama não prestável.
E a loucura agora mente, diz que o mundo que a contrói, ela mente. Esse gênero não conhecia, mas a angustia agora nasce, não é angustia é desespero. Vou agir para o mundo inteiro, quem vai se permitir jogar os dardos e errar de alvo, pegar as rédeas e inverter a estrada, construir palavras e desfazer poesia.
Mas nada disso me consola, sou tão simples quando amo.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Auto retrato expirante.

Na minha estrada só existem nuvens, minha viagem dura tão pouco quando o calor. O externo sempre estraga a harmonia das coisas, quem dera embarcar nos sonhos, quem dera que a escrita fosse silenciosa. Qual a percepção? Só o cheiro de terra nova me faz fechar a porta, frustro-me vez ou outra com colocações incertas e só meu eu verdadeiro resiste as inovações.
Admiro-me como os solitários por encontrar no mundo, corpos tão semelhantes quanto meus reflexos. E o que se não o conformismo? Basta uma gaita, terra firme e algum par de nuvens.
Eis o retrato de um corpo só.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Meu alter ego realista.

Me calo da maneira mais covarde, deveria gritar aos céus que meus devaneios são cruéis! Ah, mas quem concederia meu perdão, quem responderia a questão, os frutos do destino brotam e eu sem saída me pergunto em que cartas posso perceber meus mistérios. Sem criações, sem criações, pare agora de criar!
Mas não consigo, deixe-me gritar! Ora, e viver neste mundo é tão fácil assim?
Invejo-te. Com as profundezas de minha alma, invejo-te.
Seria zelo profundo com meu ego, seria constrangedor demais admitir, não sou eu, as palavras não brotam de mim... Então de quem?
Não sei. Não sei e não acredito que um dia saberei. Tenho a mais firme certeza que viveremos plenamente neste paraíso particular que instiga seres humanos a assumirem sua mais fria realidade.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

As duas.

Te amo. Duas palavras tão curtas, sozinhas. Uma dedicada a você, outra dedicada ao todo. Amor não é exclusividade, amor pertence a quem o quer. E a sua imagem tão gasta, seus refrões tão cantados, gestos tão repetidos insistem e me instigam a te amar cada vez mais. Não sei se merece um sentimento bonito, mas de bonito só tem romantismo, amor é um baile, um mito. E quero amar de corpo inteiro, quero tudo de graça com graça; como ópio , segredos. Analiso de forma fria seu comportamento pequeno, reflito e resisto em julgar. Mas jogo com os olhos, de alto a baixo, construo curvas de falhas no ar.
Seu reflexo me instiga a pensar, sua ausência me convoca a amar, envergonho-me de vez ou outra render-me ao poder tentador de ser tentação. E a realidade supõe seu perdão, sou fruto do algo ingénuo, sou amor de forma mais pura e sendo amor sou todo também, sou tudo, só falta o Te. Mas amo. Te amo.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O mal que tá no papo

Sei que a juventude anda cansada. Essa falta do que fazer cansa de verdade.
A juventude de hoje sofre de um mal respeitável. A cólera da vez se chama Preguiça.
A juventude tem preguiça de lutar, ir as ruas não muda nada. A juventude tem preguiça de ler, ela quer é passar no vestibular. A juventude tem preguiça de votar, a fila é grande e gasta tempo.
Eu que sou velha demais, pensei que tempo a gente tinha sobrando.
Mas não se preocupem muito, jovens de hoje. Tenho uma solução considerável para apresentar.
Se chama p-e-n-s-a-m-e-n-t-o. É difícil, mas podem acreditar, vocês conseguem.
São apenas duas ações: pensar e questionar.
Pensar não custa nada, é barato. Pensar não perde tempo, você pensa e anda.
Só não dá pra pensar vendo novela ou jogando vídeo game, o cérebro não resiste a tarefas tão pesadas. Essa lenga lenga é pra mostrar que é ano de eleição.
E vou provar que o argumento da moda pode fazer algum sentido.
Se a direita não resolve nem reprime, se a esquerda não é esquerda nem revolta, o ambientalismo tá no papo e no papel e o conformismo nem tá vivo nem no céu.
Vocês dizem que Revolução é utopia, eu respondo que utopia é alienação. Vocês querem comida boa, privilégio e diversão. Eu até posso entender, o mundo não.
Mas vamos deixar de sermos tão imediatistas, se a gente tem direitos é porque miséria pouca é bobagem.Se lutar é muito cansativo, ao menos pensem. Pensem e votem.
Quem sabe juntos não conseguimos acabar com a peste bubonica do século XXI.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

entre a vontade do ser do poeta

Esse sentimento trôpego reflete meu silêncio mais ingénuo, resta de mim uma mistura de alma sólida com corpo frio. Sou esse vento que confunde a melodia e serei tudo que minhas palavras querem, nunca serei nada sem elas. De que basta esse amor todo, se as letras falham junto a tinta artificial da esperança! Essa prece me acompanha, nosso amor subjetivo cansa de representações comuns.
Quero a certeza de me dizer livre e serei toda liberdade quando as algemas sentimentais tomarem a definitiva decisão de me aprisionar dentre a eternidade do amor.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

há o tempo que encontro o tempo

Sei que envelhecerei junto as palavras, e essas que um dia já responderam aos meus anseios sem de mim partir ao menos o respeito de encará-las de frente, olharão para mim com um ar de imortalidade e rindo de maneira parte amigável, parte sarcástica, contarão as velhas mãos que escrevem a uma tecnologia qualquer, que a juventude já foi um de meus desejos. A conversa talvez seja longa, ou quem sabe uma daquelas conversas encenadas em que o assassino convence sua vítima de que sua morte é parcialmente necessária. Sei que ao envelhecer, o meu encontro com o tempo será fatal, não por desfazer a beleza ou por construir a saudade, apenas por ser um daqueles momentos em que o nosso corpo respira de leve para não assustar os sentidos, e sentido meu medo exclusivo abandonarei este mundo com a certeza de uma presença sutil e irreparável. Dele levei minhas marcas e nele deixarei minhas palavras.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Já é Setembro e o clima é diferente por se passar de forma lúcida, eu que me julgava sóbria, não sabia que a embriaguez da existência seria tão avassaladora. Pertenço a um mundo complexo e dele me julgo fruto completo, o que digo é tão simples no olhar mas meus reflexos são discretos no que dizem. O que passa em meus sentidos não tem nome, nem motivo para ser ou disfarçar, sou o sol que incendeia minhas noites sou ferrugem que estraga sem matar.