domingo, 29 de junho de 2008

The wrong one, please.

E por que o errado soa tão fascinante?
E por que, com tantos caminhos, tendemos a escolher o errado?
Desculpe, não posso por em você os meus erros e talvez "pecados".
Mas já disse que não gosto de conjugar em primeira pessoa, me irrita. Parece egoísta demais, e o egoísmo, que de tão errado que é, prefiro fingir que não o tenho.
É que outro dia o meu lado mau veio falar comigo. E eu, que nunca imaginei que o tinha, fiquei fascinada com sua beleza. Beleza que não considero minha, jamais.
Mas ele, ou ela (droga, odeio palavras) me pertence.
E isso parece ruim? Mas não é. O problema é que é difícil me entregar, o meu estado real não permite.
Também odeio passar essa imagem no-sence. Mas a música pra mim não tem o mesmo sentido que tem pra você. Pelo menos uma delas, entre tantas, eu escolho para ser só minha. E junto com isso vem um momento, e que de feio, parece o melhor. Ora, a beleza se esconde. Mas a beleza é mesmo muito estranha, não precisamos dela. Jogue-a fora AGORA!
E junto com isso o amor.
Ou não está cansado de ouvir que

oh, o amor é belo ?

Talvez eu volte, ou melhor, ele, ela volte. E digo que será em breve.
E digo com a mais estranha certeza, que sim, será i-n-e-s-q-u-e-c-í-v-e-l.


terça-feira, 24 de junho de 2008

Poxa, Ninoca!


Quando eu era pequena, ia ao dentista com uma facilidade incrível. Diferentemente dos outros amiguinhos, não tinha o menor medo daquelas maquinas estranhas e minha mãe podia se encher de satisfação por sua menininha ser tão, mas tão corajosa.

Acho que quem me ensinou a ser assim foi a Ninoca. Ninoca era uma ratinha muito simpática que tinha uma coleção de livros do tipo: Ninoca vai a festa, Ninoca vai a escola, Ninoca vai ao restaurante, Ninoca vai ao médico, Ninoca vai ao advogado, Ninoca vai ao shopping e é claro, Ninoca vai ao dentista!

No livro, Ninoca vivia excitantes e agradáveis momentos de aventura em cada um desses lugares, enquanto nós, adoráveis crianças nos espelhávamos nessas aventuras como nobres aprendizados e experiências de vida.

Vivi feliz e saltitante durante todos os momentos dentários da minha vida, até o dia em que Ninoca me traiu e eu pude ver o verdadeiro significado de "ir ao dentista". Consegui enxergar diante de mim os vingativos e satisfeitos olhos de todos os amiguinhos de infância, consegui ouvir de maneira nítida os gritos horripilantes de todas as pessoas que por ali já passaram e senti em minha própria carne (ou dente) toda a dor que os amedrontados odontológicos já sentiram.

Pois é meus caros amigos, esse dia foi hoje. Até pouco tempo, sentia minha língua e meus lábios dormentes junto com a lembrança de agulhas e aparelhos que hoje sim me apavoraram.

O que posso dizer de tudo isso?


Pô Ninoca, dá próxima vez ensine as crianças de uma forma menos otimista e mostre desde cedo que ir ao dentista é sim uma coisa horripilante. Ou então elas serão condenadas a crescer com a falsa e triste ilusão, de um mundo perfeito.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Todos parecem tão reais,

mas vocês não me enganam.
E não tentem me convencer de uma postura egoísta, ou de loucura imaginária.
Eu sei de tudo, mas finjo que não sei para poder continuar aqui.
E se um dia isso tudo acabar, quero deixar bem claro que vocês são excelente atores.
Assim como eu,
fizeram um ótimo trabalho.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

play the game of existence


Hoje me vi no espelho, olhei meio de rabo de olho e resolvi perguntar se eu queria ser quem eu era.

Eu disse que pra começar queria ser mais rápida. Ah, eu faço as coisas devagar demais. Não pela rapidez em si, mas pela segurança de saber o que quer, e que ter certeza do que não quer não adianta nada, é puro charme.

Charme também é uma coisa que me falta. Falta charme no jeito de andar, no jeito de falar. Disse que era muito assim, vai, vem, tanto faz.

Saber nadar. Quase saí do espelho para brigar comigo mesma de uma forma extremamente agressiva para lembrar que eu também deveria fazer isso mais vezes. Mas eu não faço.

Meio triste disse que deveria saber me dar mais valor, acreditar mais em mim mesma. Que adoraria amar mais e se apegar menos. Por um triz quase acreditei que nunca tinha amado. Mas aí seria irreal demais. "Love is the answer."

E eu vivo de respostas, me movo a respostas. Elas me satisfazem.

Necessito de perguntas mas a única que me resta é por que não as tenho.

Ah, eu também queria falar menos. Falar menos?

Não, eu não poderia querer isso. Mas lá estava eu, olhando em meus olhos e falando que não aguentava mais me ouvir. Falo demais, falo nas horas erradas, as coisas erradas.

Descobri que isso tudo era porque tenho medo do silêncio. O silêncio simula o nada.

E eu fujo do nada na mesma intensidade que procuro tudo.

E assim, não chego em lugar nenhum. Melhor, não chego a nenhum lugar.

Queria que todos fossem felizes quando estivessem comigo, queria ter o poder de alegrá-los, e queria principalmente, não querer isso.

Queria saber dar valor as coisas certas, desprezar as erradas e ter um conceito relativamente bom sobre o que é o que.

Gostaria de ser livre o suficiente para me apaixonar e mais livre ainda para me entregar, de corpo e alma.

Queria ter o poder de saber quem realmente gosta de mim de verdade, e almejo que pelo menos um possa fazer isso com sinceridade.

Voltar no tempo, pular no espaço, viajar num tapete, rir das desgraças, amar os meus inimigos, aceitar os meus amigos, gostar dos defeitos próprios e alheios e acreditar na realidade relativa de cada um.


Acho que queria existir.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

(na interessantíssima aula de história)


Não tenho nada pra fazer, então por que não criar uma teoria?
É a teoria do Brianstorn.

Ela diz que a chave do universo está no subconsciente, você tem que saber usá-lo. Deixe o subconsciente predominar. Talvez se concentrar no passado ou no futuro, mas a certeza de pensar no agora e que seja:
Tudo vai e caminha aos poucos por você, por mim, por ninguém. E como não ser tudo um só?

É só isso, é tudo isso.
Não faz sentido e isso tem sentido, pois soa bem, pois fala tudo.
E assim, não acaba. Não ter que pensar e dizer tudo com versos e olhares.
Não sei, não sei se é bom,
Peço silêncio ao mundo de agora.
Mudo de olhares,
uso as palavras erradas;
Penso.

domingo, 15 de junho de 2008

Sou totalmente contra a ideia de fazer rimas com desilusões e acho que os poetas são os maiores filósofos, brincar com as palavras.
Não consigo escrever com a inspiração já retratada e odeio falar de mim mesma, seja bom, seja mal ou seja nada.
Por isso trocarei agora o sujeito da frase: tu.
(tu não porque fica muito complicado conjugar em "tu" vamos considerar a intenção e usar o "você").
A música não te faz pensar? A música cria sentimentos, cria emoção no vazio. Não me interessa se o som se propaga no vácuo ou não. A música se propaga em qualquer lugar.
E sobre a perfeição? Um passo do abismo.
é fascinante.
e só.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Happy fucking single day!


Ontem foi dia dos namorados. Ah, é tudo tão lindo!

As sorveterias enchem, os motéis lotam, o comércio lucra e os restaurantes criam filas quilométricas. Os namorados e namoradas saem por aí comprando flores e procurando presentes. Os correspondidos ficam com um sorrizinho bobo na cara por ter alguém para dividir esse momento tão único e especial (ham.) e os não correspondidos entram em profunda depressão e passam o dia imaginando como seria passar esse dia com o seu amor.

Existem os solteiros que abraçam a causa "tô nem aí" e os solteiros que almejam ter no ano que vem alguém com quem possam enfrentar, amorosos e felizes, as quilométricas filas dos restaurantes e motéis cinco estrelas.

Na Tv, filmes românticos e nos jornais dicas sobre o que fazer com seu companheiro. Na rua pessoas lhe desejando "Feliz dia dos namorados", e nos shoppings abafados promoções do tipo "compre R$ 500,00 em roupas e leve uma rosa que brilha no escuro para presentear a sua amada!"

Sim, isso tudo me soa um tanto comovente. Mas não é por isso que deixo de me revoltar, não com a presença dos dias dos namorados, mas sim com a ausência do "Dia dos solteiros"!

Aah, seria tão divertido. Os solteiros comemorariam seus porres e juntos contariam seus podres e suas maiores mancadas no assunto: amor!

Todos se pegariam freneticamente e defenderíamos o amor livre. Seria uma perfeita vingança, você recusaria sair com sua melhor amiga comprometida pois teria um encontro marcado com "seus solteiros", juntos organizaríamos gigantescas surubas em que os comprometidos olhariam e entrariam em profunda depressão por não poder participar. Os móteis não iriam lotar, afinal, alugaríamos um só quarto e aproveitaríamos como nenhum namoradinho já aproveitou.


Depois dessa gigantesca análise, decreto hoje, sexta feira dia 13/06 o oficial

DIA DOS SOLTEIROS!


Não lhe soa muito mais interessante? (;

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Assim como respira, inspire.


Outro dia estava pensando porque só escrevo quando estou inspirada, e isso me levou a pensar o que me inspira de verdade. Consequentemente comecei a pensar na inspiração.

Quando estou inspirada as coisas fluem com uma facilidade incrível, os textos saem melhores, as melodias mais dançantes e as letras mais profundas. Quando se está inspirado não importa se o sol brilha em sua máxima potencia ou se a chuva cai em seu estado mais fino e irritante.

A inspiração é um processo. Um processo que pode envolver dor ou prazer. Mas é um processo momentâneo. E é por isso que eu acho a inspiração um dos processos mais fascinantes da vida.

Você vai estar inspirado quando casar com o amor da sua vida ou quando quebrar a cara do seu maior inimigo e vai se inspirar só de pensar em fazer um dos dois. Ou não.

Eu posso te inspirar, as folhas que caem das árvores podem te inspirar. Você pode acabar com sua inspiração e por isso se culpar até que a culpa te inspire de novo.

Inspirar é pegar tudo que está em sua volta e conseguir botar pra fora.

Assim como você inspira, e respira.

Você cria, cria e recria tudo que está em sua volta.

Me criou e se criou no auge de nossa inspiração.


E quando enfim, o sol se apagar e a chuva parar de cair, você se separar do amor de sua vida e a cara do seu maior inimigo voltar ao lugar, você então vai olhar em sua volta e perceber que tudo, eu disse tudo, não passou de um breve e remoto momento de inspiração.

domingo, 8 de junho de 2008

As pessoas grandes


"As pessoas grandes adoram números. Quando a gente lhes fala de um novo amigo, elas jamais se informam do essencial. Não perguntam nunca: 'Qual é o som da sua voz? Quais os brinquedos preferidos? Será que ele coleciona borboletas?' Mas perguntam: 'Qual a sua idade? Quanto ganha seu pai?' Somente então é que elas julgam conhecê-lo. Se dizemos ás pessoas grandes: 'Vi uma bela casa de tijolos cor-de-rosa, gerânios na janela, pombas no telhado...' elas não conseguem, de modo nenhum, fazer uma idéia da casa. É preciso dizer-lhes: 'Vi uma casa de seiscentos contos'. Então elas exclamam: 'Que beleza!' "


O pequeno príncipe

Antoine De Saint-Exupéry





sábado, 7 de junho de 2008

essas ventanias


O vento aponta algo estranho e as palavras não saem do papel. Não saem assim como eu não saio e como o arrependimento do que não continuei prossegue em minha existência.

E o sentimento de posse me domina assim como domina minhas ideias e a pose perfeita para a fotografia.

Com a falta do sentido que para mim é quase nula e pra você, é totalmente fatal.

Pessoas vão, pessoas vem e pessoas que jamais serão. E se não são é porque não as criei para durarem muito tempo. Apenas a primeira cena. Depois começa o intervalo e você não volta mais,

digo-lhe:

Adeus,

com a certeza de vê-lo amanhã.



Sim, eu deixei meu subconsciente falar.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Clímax



Se d´s dividiu a vida por etapas ele separou uma e disse: toma, um presente pra você! Você vai ter esse tempo todo pra fazer o que quiser, é a hora de experimentar, é a hora de errar e de se mostrar. é a hora de viver como se o mundo acabasse amanhã, a hora de confundir desejo com amor e de não desejar amar como deseja.
esse é o tempo de dizer sim e não ao mesmo tempo, o tempo de ser feliz sem pudor. o tempo onde errar é permitido e acertar é aceitável.
esse é o momento onde as máscaras são construídas e arremessadas pra longe. o momento onde os milésimos são preciosos como notas musicais e gotas de chuva caem fazendo um fascinante espectáculo.
Essa é a juventude, a sua juventude. Esse é o clímax do seu espectáculo.
E é com enorme prazer que eu lhes apresento
, esse é o orgasmo da vida.



Kika