terça-feira, 29 de julho de 2008

E onde estão os palhaços?



Que entre os palhaços,
com seus filhos, seus laços.
E venham as freiras, as malvadas
só elas.
Convido você, seus medos
minhas fantasias
garantem presença.
Nesse jogo,
ou circo.
E vêm,
ou fica.
Mas tente,
entre.
E os bobos da corte,
que riem assim,
riam, riam de mim!

segunda-feira, 28 de julho de 2008


"Que temos em comum com o botão de rosa, que estremece ao sentir sobre o corpo uma gota de orvalho?

É verdade: amamos a vida, porque estamos acostumados não à vida, mas a amar.

Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre, também, alguma razão na loucura."




Friedrich W. Nietzsche

domingo, 27 de julho de 2008

Sem título

  1. Mas até que vejo beleza, pode parecer que não. Ou pelo simples fato de não poder, e ás vezes esconder, disfarçar, enganar, ver, faltar.
  2. Por não parecer como é, por fingir ser só puro prazer e tentar. Tentar não ver, enxergar. E sim, poder aparecer.
  3. Mas ter que torcer, e sofrer. E voar, e ver, pura besteira. Mas não rir. Rir, que digo, gargalhar. Pode sorrir?
  4. Sorrir pode, ás vezes sorrio assim, do nada. As vezes uso sorrisos forjados, mas isso não vem ao caso.
  5. Ah, mas esperança também é bom. E eu gosto de gostar, mas é só como eu gosto. E ver gostando não me agrada, se é que se pode dizer, muito.
  6. E dar corda pra inspiração, que nunca me veio assim, de tão boa vontade. E vai embora com as dúvidas.
  7. E com a vontade de seguir. E de sorrir. Que vão embora pra voltar!
  8. Não vão embora. Dão meia volta.
  9. E voltam.

quinta-feira, 24 de julho de 2008



Não sou ela, mas sou eu e ela.
Ele não é eu,
não sou eu?
Seria eu.
Você quer ser eles,
você é eles.
E você também.
Eu quero ele,
ela, aquele.
Ele, outras,
elas, todos.
elas, eles,
eles, elas
elas, elas,
eles, eles
nós e só.

sábado, 19 de julho de 2008

Análise

ANÁLISE

"Tão abstrata é a idéia do teu ser

Que me vem de te olhar, que, ao entreter
Os meus olhos nos teus, perco-os de vista,
E nada fica em meu olhar, e dista
Teu corpo do meu ver tão longemente,
E a idéia do teu ser fica tão rente
Ao meu pensar olhar-te, e ao saber-me
Sabendo que tu és, que, só por ter-me
Consciente de ti, nem a mim sinto.
E assim, neste ignorar-me a ver-te, minto
A ilusão da sensação, e sonho,
Não te vendo, nem vendo, nem sabendo
Que te vejo, ou sequer que sou, risonho
Do interior crepúsculo tristonho
Em que sinto que sonho o que me sinto sendo. "
Fernando Pessoa, 12-1911

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Magic way of life


Não, não usarei palavras bonitas.
E na pressa de achar uma correta, o medo de que elas se escondam é sim excitante.
Mas quem precisa de fotos quando se sabe que um sonho vale mais?
E aprender em quem pode confiar, e saber que se não foi exatamente como desenhamos, um dia será. Não adianta ligar pra isso, o tempo, por mais que haja tempo, passa.

E é mentiroso dizer que felicidade é um estado de espírito. Falando assim lembra algo remoto, passageiro. E não é.
Guarde. Quando entrar num quarto escuro, desses que fingem que dão medo, use um dos seus estados de espírito , se é assim que prefere dizer.
E vamos seguir. Que seja pra frente, pro lado, pra cima, pra trás.

Mas vamos seguir.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Talvez seja uma confusão de sentimentos entre medo, euforia, insegurança. Talvez seja uma conquista, talvez uma vitória.
E se toda história tem seu lado bom e seu lado ruim, eu os vejo aqui.
Mas o fim é uma ilusão. É só o começo. O começo que se recicla a cada minuto e nós, que não entendemos isso, insistimos em chamar de fim.
Pura besteira.
Pode ser mais um sonho, um pesadelo praseroso. Mas o mais importante é saber que não acabou.
E nunca vai acabar.


14/07/08 SP 11:33

sábado, 5 de julho de 2008

Por favor, desliguem seus bips e celulares.



Você me vê, eu te vejo. Você não se vê e eu não me vejo.
Ora, mas que estranho! Seria isso uma espécie de filme?
Sente-se , aconchegue-se, fique a vontade pois a casa é sua, até o final. Não lhe parece lindo?
Ah, mas é claro que parece. Isso me lembra um filme que fiz um dia. Nele eu existia, tinha minhas ideias, meus sonhos, meus medos. Era essa mesma casa, até o teclado que escrevo era o mesmo!
Mas não me venha falar em repetição. (!)
O filme está sendo rodado, e eu quero silêncio.
Silêncio? Silêncio não.
Quero de ti a trilha sonora!
Será minha. Serei a diretora, a atriz principal, a mocinha, a vilã. Serei também a plateia, para que ao menos alguém se emocione
e te convido inclusive para que no final
você se levante comigo, bata uma salva de palmas e espere até a próxima seção.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

E onde se esconde o coelho branco?



Existe um fator que causa um certo "envelhecimento" nas coisas em si, esse "envelhecimento" vem acompanhado de uma imagem já comum e cansativa das coisas que se repetem com frequência. A gente pode chamar isso de "saco cheio", "lugar comum" ou até "movimento clichê". Eu prefiro resumir a : Tempo.