segunda-feira, 31 de maio de 2010

auto reflexo qualquer


Sou reflexo sutil da solidão, e tenho estado num estado tão comum que nem percebo. Entregaria-me, assim, de braços dados a qualquer momento feliz. Viveria nele e seria fácil. De um momento encantaria-me observar seus traços, sejam eles bruscos, de olhares baixos, frios ou qualquer adjunto distinto. Seria tão melódico e por sons brincaria com energias, congelaria qualquer sorriso e viveria. Por que não?

domingo, 30 de maio de 2010

espaço

Será preciso, e assim de uma hora pra outra desaparecer sem ao menos notar. Em que complexo encontro meu refúgio? Em que conquista reencontro meu motivo?
Pois penso, será a intensidade tão verdadeira ou o pensamento criará a verdade? Se for, ah, se for.
O que me faz querer, e se quero onde chego? Pois se quis, o que consegui além de palavras? Tão bem postas, não nego. Mas vazias, soltas dentre uma energia gigantesca por não saberem alcançar o caminho certo. Certo esse, chamo amor.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

pois sim

Mas afinal, o que falta? Pois diria, está tudo aí. Armado e feito.
Numa balada que balança os passos e embala contradições.
Tenho as frases já escritas, até o olhar decorei num só estalo.
Um abraço e duas questões, quantos gritos já ensaiei.
Funciona feito filme, com roteiro, poesia e tragédia.
Perdoe-me o engano, drama instantâneo.
Como não teria beleza?
Terá também perdão, sem ele não há presente.
Tem destino, tem escolha, psicologia, referencia, objeto e decoração.
Só falta o tempo, simples questão.

domingo, 23 de maio de 2010

Não somos?

Como proteção, hei de selar meus pensamentos. As correntes que me perdoem, mas serei livre frente a alienação. Esta opção sincera de não optar, deixar de lado.
Ah, mas que covardia! Terei a coragem de me admitir covarde. Pois sim. E quem ousará junto a mim?
Sem frequência, uma tal verdade. Mas ora essa, quem inventou tal maldade? Vamos mentir, mentir todos juntos! Jurar alegria, pensar mal dizeres e falar poesias!
E não é esse nosso mundo? Tão próprio, imundo. E essas orações, nossos sujeitos não oram por zelo. Rezam por terror, ordem, medo!
Que reino dos céus nos acolheria? Somos covardes! Pois somos.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Peço licença, antes de entrar.


Eu responderia que o olhar por quanto quero é só meu. E que enquanto espero, crio num relance repleto, um mundo deserto tão meu. Mas a sociedade das pinturas, essas pessoas aprisionadas nas artes, esculturas; criam vida e libertam-se só pra me contar. Que sentem-se assim, libertos e presos junto a mim. Em cores tão sincronizadas, vivem de uma beleza tão errada e fingem gostar da solidão. Uns vivem muito acompanhados, mas estão presos, coitados! Já eu nem sei que arte me acolhe. Estaria eu acorrentada entre versos, duplamente amarrada sem riscos de fugir de uma metáfora, coisa essa que enfeita e desenfeita meu final. Pinto azul num poema triste e escrevo torto num quadro belo, entrego-me tão solta junto aos sonhos e dele sou abrigo tão simples e sincero.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

não tenho tanto tempo assim

Por um suspiro do tempo me vejo flutuando perante a realidade que me persegue.E sem olhar em volta percebo-me com chumbo nos pés, minha vontade é incerta, a resultante da angustia é a impotência. Parada, por um suspiro do tempo.
Onde estão as asas que me levavaram pra longe? Agora o peso que me prende é cruel. Iria pra qualquer lugar e voltaria feliz por esquecer o que se diz real;
Mas não sei em que colo deitar, em que ombro sofrer, com qual dos olhos chorar.
Gostaria eu que minhas lágrimas se juntassem ao mar, quem sabe assim minha tristeza serviria de beleza para alegrar a vida de alguém.