Pisamos num chão que não é nosso. Faz tempo mas a gente nem percebe.As cores tão diversas viram cinza. Cinza triste só de resto e injustiça.Hoje quem canta são os gritos excluídos, foram embora melodias e apitos.São diversos os protestos, impurezas. São repletos de maldade e incerteza.E quem dança nessa nova labareda? Não vem fogo, nem alegria da fogueira.A chuva cai de maneira tão lavada, do mesmo papo, o discurso da folhagem.Folha suja que não cresce nem em árvore, aquela mesma que os brancos já mataram.E o teto de tão frágil tem verdade. Povo justo, fez do silêncio sua maldade.
Como crer na humanidade pobre, rica de inércia e fascinação. Acreditar numa realidade fria e tão deserta de conspiração. Como surgir de um sono profundo, acordar sem medo de desilusão. Sem discrição o que há de errado? Tudo tão certo, tão estável, digo. A gula alterna a arte, poesia morta eu varro ao chão. É tão silêncio, silencioso amigo que fecha os olhos, prepara o tiro. Palavras tontas sempre me acompanham. Embriagam-me ríspidas só de beleza e preparam-me lentas para o trovão.
sábado, 3 de abril de 2010
Não é do amor que sinto falta. Sinto falta dos gestos exclusivos que a paixão gera entre duas pessoas.
Necessidade. Essa vontade. O mundo, tão grande que engole a mente. E nos obriga e querer ser livre. Pra que soltar tanto movimento? Por que não: P-A-R-A-L-I-S-A-R. E ler assim, cada gesto em letra. E fazer assim, cada arte em tempo.
Agora o corpo cansado fala o que os olhos nunca viram mas por um motivo qualquer, hoje conheceram. Aquela criança que brincava tão por brincar, como se pensasse que o que a vida manda a gente obedece. Não que não houvessem momentos felizes, mas era ocupada demais com a tristeza para entender a felicidade. E pra ser mais sincera, não entendia muita coisa não. Vou lhe confessar que era mais fácil e o estilo de palavras será sempre minha prova. Numa estrada tão bonita e em seus olhar lamentações por saber o que virá a se tornar. Não digo por conservadorismo ou caretice. Só digo que hoje não é mais tão poético. O que fazer, agora? Será que minha vida se tornou um drama?