domingo, 28 de novembro de 2010

A sinfonia


Partia de manhã, não encontrava no sol o brilho que precisava. Sendo sincero com seus instintos, que mais pareciam loucura do que razão, não precisava de mais nada além da impossível descoberta. E se era impossível por que o fascinava tanto? Escondia-se noite após noite para ver os olhos brilharem. Na primeira vez ficou paralisado, como num sonho. Na segunda noite correu para descobrir a responsável por olhares tão surreais e na terceira andou leve, passo a passo para um outro desaparecimento. Disse tão triste, tristeza necessária e suficiente para a poesia, que seus olhos eram os horizontes que o guiavam pela madrugada. Percebeu que só parado seria possível observá-los. Talvez os olhos soubessem o porque dessa infinita crueldade. Como impedir um homem de correr atrás de seus sonhos e mesmo assim, o deixar feliz.

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