quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Crônica da ida e volta

Na ida estava convicta, fascinada com tantas Lolas, Penny Lane´s e Anitas
poderia me revoltar com minha existência humana
e com a justificativa mais exata do mundo
entregar tudo para viver em um mundo de ficção.
Pois em um devaneio, pensei. Todas livres, mas escravas.
Elas são criação, eu criatura. Posso ser todas e ninguém ao mesmo tempo.
Não foi simples, mas me conformei com minha condição de mortal.
E se posso ser sincera, me senti livre e feliz com isso por algumas horas.
Algumas poucas horas, se posso ser mais exata.
Pois não deu nem o tintinar de um dia
e a volta já era vítima de inversas reflexões.
Grande coisa ser livre para ser quem quiser
quando o mundo vira as costas
ri de mim
e não promete o cenário que deveria.
Onde está a emoção das personagens ficcionárias?
A transição constante, a ausência de tempo?
Comigo tudo é fraco!
E hoje então, vivo em um conformismo moral
que é quase dúvida.
Mas quem duvida não resolve nada
continuo sendo mortal qualquer
com aquela dúvida instigante
se sou criação que cria
ou invenção criada.

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