segunda-feira, 15 de junho de 2009

no tic tac da questão



Responda rápido, três coisas essenciais para você sobreviver a um dia inteiro;
eu responderia música, comida e amor, ou quem sabe água, livros e amigos, tendo essas supostas três coisas garantidas quem sabe teria um dia feliz e produtivo.
Na certa passar um dia sozinho, sem água e entretenimento não seria algo muito agradável.


Mas até que ponto nos privar daquilo que consideramos essencial para nossa sobrevivência ou bem estar seria uma prova de resistência as nossas limitações?
Você pode até me dizer que se privar de alimentação o deixaria fraco e incapaz de enfrentar algum perigo ou que uma vida sem conhecimento não teria sentido racional para você.
E pode estar certo que eu irei concordar com o auge de minha razão.


Racionalidade a parte, vamos considerar um fator presente em nosso dia a dia desde o dia em que nascemos até o dia em que vamos dar adeus a esse mundo : O tempo.
Com seria viver um dia em plena eternidade?
Seria a loucura capaz de nos proporcionar a ausência de tempo? Ou este é um privilégio que nem os loucos poderiam ter?


Conhecemos a guerra porque já vimos a paz, a alegria porque já choramos um dia, a revolta decorrente da compreensão, e o amor inverso a raiva e aliado ao perdão.
Mas como conhecemos o tempo? Seria então o próprio tempo a prova concreta que já fomos eternos? Ou se isso nunca aconteceu, como podemos perceber o tempo se jamais vivenciamos a ausência dele?


Talvez a eternidade não seja mais um mistério, talvez ela exista bem a frente de nossos olhos e assim como uma máscara sutil denominada "mente" nos permite enxergar fatos muito além de nossa compreensão, ela poderá também nos iludir criando algo que determina a sequência crucial de nossa existência, sim, ele mesmo, o ilustre e principal convidado desta matéria: O tempo.

Termino esse texto com um trecho de um filósofo ligado a igreja católica chamado Santo Agostinho:
"Que é, pois, o tempo? Quem poderá explicá-lo clara e brevemente? Quem o poderá aprender, mesmo só com o pensamento, para depois nos traduzir por palavras o seu conceito? E que assunto mais familiar e mais batido nas nossas conversas do que o tempo?
Quando dele falamos, compreendemos o que dizemos. Compreendemos também o que nos dizem quando deles nos falam. O que é por conseguinte, o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei. se o quiser explicar a quem me fez a pergunta, já não sei"

Um comentário:

Juliana C. disse...

Incrível como, para compreender certos conceitos, é preciso conhecer seu oposto.
Coexistência de idéias.