sábado, 11 de agosto de 2012

Sangue branco


Dois pés roçando embaixo de um lençol frio
inconformados por não serem quatro
cinquenta e um dias vazios
repletos de incertezas prazerosas
que de cabeça para baixo
fazem cócegas nos relógios
queria uma imagem
um conjunto de palavras
notas estranhas estragadas
mas nada
nada digere esse estranhamento
esse estranho momento
de ser uníssono
som cambaleante
sonho dos errantes
procura-se uma anistia
constrói-se fantasias
para executar um plano
perseguir o engano
da auto-perseguição imaginária
e essa ambiguidade?
acho que o vermelho
desse coração quente batendo
me assusta
vou amar o sangue frio
e branco
das folhas de papel vazio.

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