segunda-feira, 30 de novembro de 2009

onde se esconde?

E foi-se a época em que dormir servia só para acordar no dia seguinte, feito isso ia-se a escola para praticar pintura a dedo, conhecer novas histórias e abdicar de outro enredo.
Hoje percebo que a velha caneta não é velha pelo tempo, mas pela imagem que o tempo destruiu. A caneta era de cores diferentes, desenhava caras, escrevia frases e desconhecia mágoas. Hoje escrevo sobre angustia, meus personagens correm o mundo livremente, eles sim me agradecem dia a dia! São reflexos do que eu já fui um dia.
Meu cavalinho de pau some da minha frente e sem tempo de brincar viro gente triste no corpo de grande gente. E sem tempo, mais nem menos somos um dia responsáveis.
Viramos o copo, acostumando a trocar as dúvidas pelo álcool. E tudo entra de maneira tão sutil!
Nem uma festa de despedida é concedida! Como se viajar fosse mais longe de que nunca mais voltar.
E aí viramos todos adultos repletos de infantilidade que cobram diariamente do mundo, ideias e maturidade. Mas ninguém pode mais chorar, onde estão meus pais? Os pais que cuidaram de mim agora pagam minhas dívidas e me ensinam a ganhar a vida.
Essa vida que já fora concedida, e hoje foge, vai fugindo na medida, para o retrato que jamais vai me deixar.

2 comentários:

Unknown disse...

*--------------------------------------------------* perfeito... Yan Ledo

Artur disse...

Bacana...
Gosto das exclamações meio Nitzschenianas... (existe essa palavra?)

Beijos do primo