domingo, 9 de setembro de 2012

Dama da noite

Não que não haja tempo
ou estrada que leve
é que esta brisa
olha esse vento que acompanha a fumaça
presta que o fluxo é agora
bailando uma canção
no asfalto
quatro mãos que se cruzam no alto
sem nem
sem nem notar
a totalidade que grita
um suspiro que
deve-se sussurrar
perguntam-me vez ou outra
a origem dos versos
mas eles são livres, meu deus!
liberdade que não parte nem chega
e então
apenas são
são almas bailantes no ar
Justos são os que cantam
ao amanhecer
mas nobres são os que não dormem
noite, bela dama triste e inconformada
musa dos errantes e dos poemas
essa mulher que não tem nome
mas carrega em si
todas as camas
Abençoe
benção ao vinho
e os papéis desenfreados
quase caio que me entrego
mas o dia insiste
estacionado no que já foi aflição
momento lúgebre do hoje
comprometido, comprimido, atarefado
 mas o dia todo
é só uma ressaca da noite.

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