domingo, 23 de setembro de 2012

Primavera

A primavera é uma moça
discreta e consciente da própria beleza.
Moça que permanece estática,
apenas sendo.
Mas nos passos moveis do que se move
não resiste suas curvas ao vento.
Primavera é início dos tempos,
fim dos temores.
Resistência única que se rende ao 
nascimento e beleza.
Textura delicada pra imagem 
tão duradoura.
Nenhuma palavra é espinho
que baste
pra essa criatura pequena e mágica
Que por fim, é bela sem 
culpa
acaso constante
ordem inegável da natureza.
Eis o momento em que tudo
há de ser belo.
Esse mistério que nega
tempo,poesia e dinheiro.
Mistério que apenas é
Fenômeno atrativo
de todos os olhos.
Pobre são as vistas que não avistam
tal esplendor.
Esse que morre e renasce
pra afirmar a vida.
Manifestação de amor e
partida
(porque amar é partir-se de si)
Beleza imprópria e vaidosa
essa dos amantes e das rosas
Mas que enfeita e entrega uma cadeia
de vivos sabores
O de respirar
e transpirar
a eterna beleza das flores.

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