sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Bico

Foi mais ou menos ontem que chorei de triste que o tempo passa.
Seria em algum momento que deveria ter parado, ou seria parado que deveria ter momento?
Haveria algum instante que valeria seu fluxo, terá algum
restante?
O que há de finito nesse movimento não precisa 
de felicidade, e sim de força
pra continuar a passar
poque só o que não passa
é morte
 O agora é nosso eterno constante
que voa com nossas caras
descaradas
Nosso corpo vive fixo
Mas ainda surge e ressurge
não é porque não alcançamos o céu
com os pés
que desaprendemos a voar
o céu que nos alcançou com o azul
e é tão mais brilhante 

indeciso
que me solta os ares e me falta o ar
de tão irrestrito que fica
sobra o impulso
de sumir pra alcançar.
Mas o limite não é tão sério assim.
O único e limítrofe problema
é que emprestamos nossas asas
ao tempo.

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