quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Âncora

Ás vezes tenho um medo imenso
de dar um passo em falso e 
furar o barco
que me leva em tão longos caminhos
turbulentos,de maré alta
que só reclama quando calmo
Aí esbarraria numa ilha
a ilha da calmaria inebriante
e o maior monstro nela habitado
é gordo e desajeitado
dorme de vento pro ar
e assopra um ronco ruim de escutar.
Pois não. E não.
Quero seguir viagem
mesmo que me custe passaportes
coloridos
com a cor borrada de uma lágrima
salgada
e assim, mesmo que renda discursos
e sorrisos desesperados
goles e goles de mágicas e magias
inventadas (por mim)
mesmo
mesmo assim
terei voado.
E é isso que importa afinal
quem precisa ancorar seu navio
estamos de passagem
que dura
e mergulha
fundo e profundo
numa constelação sem fim.

Um comentário:

Gugu Keller disse...

O risco de um tropeço é inerente a cada passo.
GK