quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Mississipi

Ao lado das musas, descabeladas em caracóis
Há os gênios tocadores de gaita
Que balançam nas estradas
De onde vivi
Não que tenha crença ou religião
Mas sei que houve uma vida
Em que vivi nas estradas
E via de tudo, pode acreditar
Vi o sol nascer gigante, ocupando três palmos do céu
História pra boi dormir e criança acordar
Acordei numa noite que não levantou
E dormi meio à um povo que sequer sorria
Mas todo dia
Sem raras ou pequenas excessões
Havia algo de novo pra balançar sentido
e emoções
Perguntam-me, quem diria, quem dirigia os caminhões
Mas já andei até de camelo, quando o bolso apertou
Peguei carona com o Príncipe Encantado (que diga-se de passagem, é um tanto chato)
E dividi a cestinha com o Lobo Mau
Tive também muitos amigos, com quem dividi discursos e abrigos
Tudo passava tão rápido
Que houveram mais de meio milhões de abraços de despedida
Meio milhão, você acredita!
E era tão bom, porque acumulavam-se e confundiam-se
Com os cumprimentos de Boas-Vindas
Eu levantava o chapéu, buscava uma razão
E defronte ao céu que mesclava cores de anoitecer
Sim, porque mesclava rosa estrada e laranja cor de mel
Sorria uma saudade que não doía
Porque por não parar
A opção era só minha
Mas ninguém se chateava
Naquele tempo, o mundo rodava
E todas as dimensões do universo
Se cruzavam na estrada.

http://www.youtube.com/watch?v=BsG4RwBwBeA&feature=related 

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