quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Nova Sede



Tem um seco aqui dentro
Que não machuca como um grito ou nó
Mas arranha-me de uma sede
Que sacia-se á luz do vento das palavras e rua
Vazio e todo o resto que calcula
Mas qual soma multiplica minha sede?
É uma voz que não se contenta em falar
E rabiscos que não se bastam em seus sinos!
Tocam tocam dia e noite sem cessar
Buscam abrigo e embriaguez
Contentam-se com um misto de amor e sensações indecifráveis
A verdade é que ultimamente tem me dado uma sede danada da vida
Que balbucia, mas nunca cessa
E descubro, à medida que bebo um pouco dela
Que jamais deverá ser cessada
Deve ser brindada e esbaldada
Como dois chafarizes em plena primavera
Só assim, mesmo com a garganta arranhada
O coração despedaçado
E fantasias desgastadas
A sede te gera ânsia
De correr, ultrapassar
De matar um eu antigo, de afogar qualquer vestígio
Do que nunca foi sede
De uma sede incessante
Que sufoca e liberta
Mas nunca seca.

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