quinta-feira, 19 de junho de 2008

play the game of existence


Hoje me vi no espelho, olhei meio de rabo de olho e resolvi perguntar se eu queria ser quem eu era.

Eu disse que pra começar queria ser mais rápida. Ah, eu faço as coisas devagar demais. Não pela rapidez em si, mas pela segurança de saber o que quer, e que ter certeza do que não quer não adianta nada, é puro charme.

Charme também é uma coisa que me falta. Falta charme no jeito de andar, no jeito de falar. Disse que era muito assim, vai, vem, tanto faz.

Saber nadar. Quase saí do espelho para brigar comigo mesma de uma forma extremamente agressiva para lembrar que eu também deveria fazer isso mais vezes. Mas eu não faço.

Meio triste disse que deveria saber me dar mais valor, acreditar mais em mim mesma. Que adoraria amar mais e se apegar menos. Por um triz quase acreditei que nunca tinha amado. Mas aí seria irreal demais. "Love is the answer."

E eu vivo de respostas, me movo a respostas. Elas me satisfazem.

Necessito de perguntas mas a única que me resta é por que não as tenho.

Ah, eu também queria falar menos. Falar menos?

Não, eu não poderia querer isso. Mas lá estava eu, olhando em meus olhos e falando que não aguentava mais me ouvir. Falo demais, falo nas horas erradas, as coisas erradas.

Descobri que isso tudo era porque tenho medo do silêncio. O silêncio simula o nada.

E eu fujo do nada na mesma intensidade que procuro tudo.

E assim, não chego em lugar nenhum. Melhor, não chego a nenhum lugar.

Queria que todos fossem felizes quando estivessem comigo, queria ter o poder de alegrá-los, e queria principalmente, não querer isso.

Queria saber dar valor as coisas certas, desprezar as erradas e ter um conceito relativamente bom sobre o que é o que.

Gostaria de ser livre o suficiente para me apaixonar e mais livre ainda para me entregar, de corpo e alma.

Queria ter o poder de saber quem realmente gosta de mim de verdade, e almejo que pelo menos um possa fazer isso com sinceridade.

Voltar no tempo, pular no espaço, viajar num tapete, rir das desgraças, amar os meus inimigos, aceitar os meus amigos, gostar dos defeitos próprios e alheios e acreditar na realidade relativa de cada um.


Acho que queria existir.

Um comentário:

Soso Paskin disse...

"Ah, eu também queria falar menos."

Que assim seja! hahahahaha