segunda-feira, 18 de março de 2013

Caminho


Posso ver daqui o movimento das nuvens
Que apago com a ponta do travesseiro
Travesseiro que acolhe gotas e pensamentos
Discretos e violentos
Suporta a matéria dos sonhos
Que engolem minhas vontades e as criam
Asas, vôo num suspiro
Posso ver em velhos olhos
Que habitam novo corpo
Posso ouvir num clássico do blues
Minha garganta gasta e aprisionada
Que fala tudo tudo que quer
Expõe tudo tudo que pensa
Mas no mar dos sentimentos
Contenta-se digna e imensa
No silêncio dos passos e da poesia
Na chuva, choro das nuvens
No balanço do palco e do mundo
Que acolhe
Que suporta
Morde, estica e grita
Mas não falha
Do outro lado da calçada
 Ainda avisto meu semblante
Dançando leve
e sozinho.

2 comentários:

albert disse...

Filha as nuvens mostram os caminhos dos sonhos,continue sonhando e fazendo os outros sonharem tb,seus poemas nos fazem viajar....bjs tua Mae que lhe admira e ama muito

Mário de Oliveira disse...

Cara, não consegui não comentar.
Amei esse poema.
Você mandou muito bem, como sempre!
Parabéns!!!