terça-feira, 5 de março de 2013

Estadia

Assim habitado
(ora) por passageiros
programados, que com suas malas pesadas
fincam moradia eterna
numa casa nunca antes
habitada,
[sendo assim lembrados e reservado
um quarto, um terço
um pedaço dessa morada imensa
que pulsa, grita, atropela]
Ora visitado por viajantes
aventureiros, que em busca de pulso
constante
invadem um habitar errante
sem ter ao certo onde chegar
E quando assim, meio desprevenida
atropelam-me
visitas
que buscam qualquer lugar.
Piratas exploradores de tesouros
que ao encontrarem seu ouro
 se despedem sem nem notar.
Ou, certamente, príncipes notórios
andarilhos serenos
ciganos cambaleantes
sujeitos pequenos
Para todos já houve espaço
e delirante, ainda guardo um pedaço
pra quando esse coração-albergue
entregue os pontos, as passagens, as vontades
e vire morada fixa.

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