sexta-feira, 26 de julho de 2013

Caco

Que brote em mim a ideia de matar o tempo
Que morra em todos, a falsa ilusão de confundir
 hoje com ontem
O dia partido traz em si a ilusão de viver
Vida não é existir
Vida é transgredir a existência
De todo o óbvio, consolida-se verdade em olhos descobertos
Malícia do som externo da rua que me envolve
E mesmo agora
Minto
Qual erro mora em minha mentira
Que não possa ser abençoado?
Benção aos desajustados
Os corretos constroem um mundo enfermo
Os certos constroem o inferno
Só quem é feliz em sua própria mentira
É capaz de amar
Só quem dança com almas partidas
Pode entender a beleza do amanhecer
Corpos inteiros, almas completas, certezas repletas
Não vagueiam meu mundo
Meu mundo é todo feito de cacos de vidros
Que sangram em si mesmos
O amargo da ferida
E sedentos, saboreiam
Inertes, maltrapilhos, presentes
Eles sim saboreiam

O sabor da própria vida

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