terça-feira, 23 de julho de 2013

Linhas

E então
Valeria mais o sofrimento
Do que essa manifesta e presente
Borboleta da emoção
Que se ausenta?
Ah, mas de tudo, não sei
Constrói-se um castelo,
Inventa-se um suspense
Na vida suspensa
Essa vida, se existe
Pra que existe?
Será que pra ser bela,
Será que existe pela dança
Ou pelas crianças
Ou sabe lá sequer se existe
Bebe-se o cale-se
Das partidas
Brinca-se com os riscos repartidos
Ah, qual delas
Qual estrada será meu destino
Meu ponto final ainda brilha distante como uma estrela prematura
O ponto de exclamação que voa presente
Cadente
Dançante
Sou de tudo, um pouco nada
Um pouco nada que se faz
Um pouco nada que se importa
Um pouco nada que insiste em tudo persistir
Cato todos os sonhos de Pessoa
Encanto o infinito de Vinícius
Vejo de longe o bater de asas do Passarinho engaiolado e livre de Quintana
E sei que de todos os risos
Um valerá a pena, nem que seja um pássaro inteiro, mesmo daqueles pequenininhos
Voa, voar nas palavras fiéis, bonito traço de meu destino
Essas linhas que se juntam
Cruzam
E rumam
Desconexas

Rente ao inexistente 

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