terça-feira, 9 de julho de 2013

Liquidificador ou: arte pra mim, o que é?


Arte pra mim é o que acolhe e joga no mundo. Que faz do todo, seu minuto.
Aquele momento, em que mais nada existe, apenas um passo, um grito, palavra.
Arte que me faz arte e também artista, que acalenta com seu choro, e consola-se em si mesma em seu infinito rio de lágrimas.
Não digo exatamente que é o que me conserta, mas é o que faz de meu desconcerto, algo harmônico.
E o que era angustia vira livro e suspiro. Desconcerto-me, desconcentro-me do mundo e de toda matéria real, tudo vira pulso, momento pulsante, respiração e batimento cardíaco não são mais o que eram,
Quando caminhavam discretos
No asfalto, matéria antiga
Meus pés querem matéria viva
Como essas que compõe os sonhos. Mundo romântico de quem ama, todo artista de verdade já sofreu por amor. E quem não?
Sendo o que é, não passa então de uma reciclagem, de mente pra corpo, pra tudo e pra arte.
Como pode, nesta seqüência de letras, de notas, neste cambalear certo onde caminham os movimentos
Como pode conter uma emoção liquidificada, sentimentos lubrificados pelo entardecer ou nascer do sol
Lua não é só lua
Dor não é só dor
Amor? É todo o resto!
Arte, companheira, amante, deita comigo na cama, desperta em mim toda a vida
Esquece o asfalto
Minha matéria prima

É o palco.

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