quarta-feira, 28 de maio de 2008

Lei;berdade


Tava andando na praia e conversando com a Bibonga sobre as paixões em geral, o que inclui vícios e obsessões. Chegamos numa fase em que nada nos prende, a não ser a vida que levamos.

Virei pra ela e disse que quando chegamos a esse ponto, de não ter nada ou ninguém que nos prende, a não ser a nossa vida, podemos nos dizer pessoas livres.

Será?

Tenho vários amigos e amigas que estão apaixonadinhos, eles tem sua obsessão mas sabem lidar com isso. Tenho vários amigos e amigas que são correspondidos e vários que não são. Eu não tenho ninguém que me prende, mas ao mesmo tempo sou presa a todos. E aí? Seria eu uma pessoa livre?

Li uma vez num livro de filosofia sobre a teoria de ser livre, não lembro o nome do filósofo, mas ele dizia que ser livre não é fazer tudo que quer, e sim, fazer aquilo que te faz bem. Eu posso tecnicamente, até um certo ponto, fazer tudo que quero. Afinal, tirando os meus pais, não devo satisfação a ninguém. Acontece que muitas vezes nessa vida de "não sou de ninguém e faço tudo que quero", eu acabo me enganando, me perdendo e me machucando. Foram as raras vezes que pude usufruir da minha liberdade para conseguir algo que me fizesse realmente bem espiritualmente.

Enquanto isso meus amigos apaixonadinhos, sendo eles correspondidos ou não, passam por diversas provas de fogo e momentos de vazio e de inspiração que lhes fazem sentir bem por ter algum motivo para viver ou algum objetivo para alcançar.


É, cheguei a um ponto que vivo para viver, o que é completamente diferente de viver por viver.

Virei escrava da vida. Serva de mim mesma.

E vou seguir assim até conseguir me encontrar.

2 comentários:

Bibonga disse...

- Sabe, lembra quando eu amava o capital, até mesmo na fase que a pipoca(minha cachorra) era tudo pra mim? (hahaha)
-Aham!
-Então, agora, sei lá, não é algo ou alguém que tá "prendendo" meu coração, eu to numa fase de amar a minha própia vida!
-Pois é, e quando a gente ama a vida, podemos nos dizer livres!

WOW! E ASSIM COMEÇARA A PRIMEIRA CENA DO NOSSO FILME, EM UM DOMINGO DE SOL NO CALÇADÃO DE COPACABANA INDO PRO ARPOADOR.

Íris. disse...

Quando leio o que escreves, sinto exactamente como diria uma das personagens de um filme que gostei muito:
"Quando leio um livro, o autor rouba-me sempre uma parte que eu achava ser só minha."

15 aninhos... bem, tens a sorte ou o azar de seres uma daquelas pessoas iluminadas... Que gostam de pensar, de questionar.

De viver a vida e não viver por viver. Gostam de pensar sobre aquilo que as rodeia, e que sentem.

Como eu te compreendo. Mas acredita que nem sempre é fácil.

Muitas vezes só me apetece gritar! e não ha ninguem para ouvir.

Na verdade são raras aquelas pessoas que tem a capacidade e o interesse em se questionar sobre aquilo que observam... Como crianças a descobrir o mundo em cada gesto.

Tennho a sorte de ter alguns amigos que me acompanham... Mas a maiorparte do processo é só. Não na solidão, mas só, como os meus pensamentos.

Bem...a intenção era mesmo dizer que gosto d ler o que escreves.

E claro a questão de viver a vida ao limite, nem sempre, ou quase sempre, não corresponde a liberdade. Mas sim, à escravidão da inconsciência.